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Bolsa fecha em alta de mais de 1% em semana conturbada

Ibovespa acumulou ganhos de 1,79%, aos 111.916 pontos em uma semana marcada por instabilidade política e anúncio de plano econômico

mercado financeiro

Apesar de semana conturbada, com cenário político e empresarial no radar, Bolsa fecha em alta | Foto: Getty Images

Numa semana marcada por instabilidade política, medidas econômicas e escândalo empresarial, a Bolsa até que se manteve firme no azul. O Ibovespa fechou em alta de 1,79%, aos 111.916 pontos.

Dentre os papéis que mais apresentaram volatilidade o da Americanas foi o destaque. Na quarta-feira, após o fechamento do mercado, a companhia publicou fato relevante em que informava que havia “inconsistências” no balanço que totalizavam R$ 20 bilhões. Além disso, o CEO, Sergio Rial, que havia assumido há dez dias, havia entregado o cargo.

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A notícia caiu como uma bomba no mercado no dia seguinte e a ação, que ficou em leilão boa parte da sessão, fechou em queda de 77,33%. Já na sexta-feira, a companhia entrou em rota de recuperação e fechou em alta de 18,38%. No entanto, esta aceleração no final da semana não tirou da Americanas o título de pior desempenho do período, com queda de 68,59%.

“A ação da Americanas deve ficar volátil no curto prazo, pois ainda existe muita incerteza. Não se sabe o quão barata ou não, o papel está sendo negociada, precisamos de mais informações sobre as diferenças contábeis”, disse Cauê Pinheiro, estrategista do Banco Safra. Além da Americanas, Hapvida perdeu 9,96%, Rede D’Or, 5,87%, BRF, 7,41% e Yduqs, com queda de 5,03% completa o ranking de maiores perdas da semana.

Impacto da Americanas nos fundos imobiliários

Segundo Pinheiro, essa volatilidade no papel da Americanas pode ter impacto sobre os fundos imobiliários (FIIs), mas não no primeiro momento. “Se a Americanas não diminuir a operação e desocupar os imóveis”, esclareceu ele.

Pinheiro ressaltou que alguns fundos de logística possuem exposição à companhia.

Em relatório o Banco Safra informou que vê pouco risco para o Bresco Logística, pois a receita de locação da Americanas representa 3% da receita total do fundo e o seu imóvel fica em Contagem – MG, dentro do raio de 30 quilômetros de Belo Horizonte, uma região que tem muita demanda.

“VBI Logística também oferece pouco risco, apesar de a receita de locação da Americanas representar 7% da receita total do fundo, o contrato de locação é atípico com vencimento no longo prazo e o imóvel é muito bem localizado (dentro do raio de 30 km de Salvador), o que facilitaria a sua reocupação caso eventualmente haja uma desocupação”, diz o relatório.

Já a XP Logística, segundo o Safra, conta com um risco moderado, pois apesar de ter uma exposição de 8% de sua receita na Americanas, o contrato de locação é típico e o imóvel locado para a companhia está localizado em Seropédica (RJ), região fora do raio de 60 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro e com bastante oferta de área.

“GGR Renda Covepi seria o mais exposto a Americanas em termos de representatividade para a receita, com a companhia representando 20% da receita imobiliária do fundo. Seu contrato de locação é atípico e com vencimento longo para setembro de 2027”, diz o relatório.

Magalu surfa na volatilidade da Americanas

Entre as maiores altas do Ibovespa na semana, o grande destaque foi a Magazine Luiza, que viu seu papel se valorizar pela migração das posições da Americanas daquele investidor que quer continuar apostando no setor varejista. A Magalu subiu 24,28%.

Outras ações que se valorizaram na semana foram as das petroleiras. 3R Petroleum subiu 16,68% e PetroRio, 11%.

“Dados de produção de petróleo da 3R foram melhores, aumentaram 22% em dezembro ante novembro, mas subiu depois de problemas com a produção em outubro e novembro. Então foi um sinal de que a empresa endereçou o problema”, disse Pinheiro. A companhia produziu 16,4 mil barris por dia no mês passado. CCR, que subiu 9,86% na semana, e Pão de Açúcar, que acumulou ganhos de 9,99% no período, completam a lista dos melhores desempenhos.

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