Com incerteza fiscal, Bolsa começa 2023 com descontos historicamente altos
Bolsa de Valores incorpora incertezas em seu preço e, com isso, o potencial de valorização das empresas oferece descontos historicamente altos
06/01/2023O começo do ano é um bom momento para planejar as finanças. Após um ano de 2022 bastante movimentado, o ano novo começa sem trégua no noticiário, que promete ser movimentado com a instalação de um novo governo. O relatório mensal de investimentos do Banco Safra para janeiro analisa o cenário que começa a se desenhar para os investidores.
Na renda variável, a Bolsa de Valores ainda incorpora muitas incertezas em seu preço e, com isso, o potencial de valorização das empresas oferece um desconto historicamente altos. Em paralelo há também dúvidas no âmbito fiscal. A pergunta que fica é: o novo governo buscará ou não uma política de responsabilidade fiscal?
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Diante deste cenário, as expectativas ficaram com um certo tom de atenção. Os juros futuros precificam uma redução da Selic mais lenta do que o previsto anteriormente. Para 2023, por enquanto, a grande referência para os mercados é a questão fiscal. O Safra destaca que uma melhora, mesmo que marginal, na percepção do mercado sobre a política fiscal nos próximos anos poderia levar à uma boa reprecificação dos ativos.
“Que comecemos 2023 com a velha e boa cautela”, destaca o estrategista de investimentos Jorge Sá, que assina a análise do Banco Safra. Um posicionamento mais focado em histórias defensivas e menos sensíveis ao ambiente macroeconômico é muito apropriado para o momento, segundo ele.
Bancos, seguradoras e empresas de energia e commodities são destaques na Bolsa
Empresas que negociam a múltiplos mais baixos – como bancos, seguradoras, as do setor de energia elétrica e de commodities – devem performar bem neste ambiente. Mas convém prestar atenção nas companhias que apresentam descontos mais elevados e que poderiam registrar uma performance relevante num cenário menos negativo do lado fiscal.
Em um cenário fiscal mais benéfico, os juros futuros devem cair, o câmbio tende a valorizar, a expectativa de inflação melhorar e o mercado poderia beneficiar essas histórias de maior crescimento e com foco maior no mercado local, como varejo, saúde, construção civil, por exemplo.
Por fim, não podemos deixar de observar os ativos estrangeiros. Há indícios de desaceleração nos EUA e Europa, fruto de suas políticas monetárias contracionistas. Por outro lado, a China poderia ser o risco de upside para mercado local e para o preço das commodities – especialmente as metálicas – com a reabertura de sua economia ou uma política de combate à covid menos agressiva por lá. O momento, portanto, requer vigilância atenta do investidor, reforça Jose Sá.
Confira a íntegra do Safra Report de janeiro AQUI.