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Estudo encontra sequelas neurológicas no pós-covid

Pesquisa realizada pela UFMG detectou danos sérios em pacientes com média de 35 anos que tiveram quadros leves da doença

fadiga

Fadiga, problemas de memória e de visão foram alguns dos sintomas verificados depois do fim do quadro de covid-19 em jovens | Foto: Getty Images

Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) acendeu o alarme sobre as sequelas psiquiátricas em ex-pacientes de covid-19.

Segundo a equipe que trabalha na pesquisa desde o ano passado, nos 300 pacientes observados pelo menos 25% apresentaram algum comprometimento no processamento neurológico depois da infecção por covid-19.

Foram comprometidas habilidades como percepção visual e orientação espacial.

Perda de memória momentânea e fadiga mental também foram constatadas em pacientes curados.

Sequelas da covid-19 chamam a atenção

A equipe comandada pelo professor Marco Aurélio Romano se surpreendeu com o tamanho do comprometimento em pacientes que tiveram apenas os sintomas leves da doença.

A idade média dos pacientes voluntários com a apresentação das sequelas neurológicas é de 35 anos.

O professor explica no texto dos resultados preliminares que as sequelas acontecem porque o vírus tem acesso ao sistema nervoso central, causando lesões nas células neuronais pela ação da inflamação.

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Sequelas podem não ser reversíveis

Não se sabe se essas possíveis sequelas são temporárias e reversíveis. Por isso, o chefe da pesquisa reforça a importância do estudo e do acompanhamento desses pacientes.

Segundo ele, o vírus consegue chegar ao cérebro pelos vasos sanguíneos ou por nervos periféricos que se conectam ao sistema nervoso central.

“Uma vez lá dentro, o vírus é um corpo estranho, que causa inflamação e altera a função dos neurônios”, diz.

“Vamos repetir os primeiros exames no próximo mês, quando começaremos a entender melhor a extensão dessas sequelas. Isso é essencial para pensar em profilaxia. Quanto mais rápido entendermos a ação do vírus no SNC (sistema nervoso central), mais rápido poderemos pensar, também, em maneiras de intervenção”.

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