China garante metade do superávit da balança comercial do Brasil
O superávit comercial com a China chegou a US$ 51,1 bilhões em 2023, mais que a metade do total de US$ 98,8 bilhões
07/01/2024O superávit comercial com a China alcançou US$ 51,1 bilhões em 2023, mais que a metade do total brasileiro, que foi US$ 98,8 bilhões. O resultado do comércio sino-brasileiro no ano passado superou de longe o saldo de US$ 28,68 bilhões em 2022. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic).
O avanço do superávit com os chineses resultou de aumento das exportações ao país asiático, mas também de queda na importação brasileira.
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Segundo os dados da Secex, os embarques rumo à China cresceram 16,6% em 2023 ante o ano anterior e somaram US$ 104,31 bilhões. O desempenho ficou bem acima da alta de 1,7% do total das vendas externas brasileiras. Com isso a fatia da China na exportação avançou de 26,8% em 2022 para 30,7% no ano passado. As vendas aos chineses foram puxadas por soja, petróleo e minério de ferro.
Mesmo com a desaceleração esperada para o país asiático em 2024, a expectativa é de que a demanda de produtos brasileiros continue alta em razão da natureza da pauta exportadora do Brasil.
China se mantém como principal fornecedor brasileiro
Soja e outros grãos, como milho, são direcionados à alimentação, porque servem de ração para os animais. O petróleo deve passar por alta de volume de produção no Brasil pelo menos até o fim desta década e é fonte de energia que ainda deve ter demanda assegurada, mesmo em quadro global de transição energética. E a promoção de investimento ainda continua sendo estratégia adotada por Pequim, o que deve manter também demanda por minério de ferro.
Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o que se espera preliminarmente para as commodities em geral em 2024 é uma queda de preços, mas apenas em pequenas variações de ajuste, sem movimentos abruptos nas cotações.
As importações de produtos chineses totalizaram US$ 53,18 bilhões em 2023, com recuo de 12,5% em relação ao ano anterior, em variação próxima à dos desembarques totais, que caíram 11,7%, segundo a Secex. A China ainda se mantém como o principal fornecedor brasileiro, com 22,1% das importações. (Valor Econômico)