close

Poeta Thiago de Mello, autor de ‘Os Estatutos do Homem’, morre aos 95

Poeta amazonense deixou obras com forte conteúdo político e traduziu a obra de Pablo Neruda, que conheceu no exílio

Thiago de Mello

O poeta ficou nacionalmente conhecido como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos | Foto: Estadão Conteúdo

O poeta brasileiro Thiago de Mello morreu hoje em Manaus aos 95 anos. Ele deixa obras importantes como o poema “Os Estatutos do Homem”, cujo primeiro artigo dizia “Fica decretado que agora vale a verdade, agora vale a vida, e de mãos dadas marcharemos todos pela vida verdadeira”. Thiago de Mello também era tradutor e reconhecido como um ícone da literatura regional.

Amadeu Thiago de Mello, nasceu em Porantim do Bom Socorro, município de Barreirinha, no Estado do Amazonas, no dia 30 de março de 1926. Cresceu e estudou em Manaus, e mais tarde mudou-se para o Rio de Janeiro, onde em 1946 ingressou na Faculdade Nacional de Medicina. Não concluiu curso e seguiu a carreira literária.

Em 1947, Thiago de Mello publicou seu primeiro volume de poemas, “Coração da Terra”. Em 1957 foi convidado para dirigir o Departamento Cultural da Prefeitura do Rio de Janeiro. Entre 1959 e 1960 foi adido cultural na Bolívia e no Peru. Em 1960 publicou “Canto Geral”.

Entre os anos de 1961 e 1964 foi adido cultural em Santiago, no Chile, onde conheceu o escritor Pablo Neruda, de quem fez a tradução de uma antologia poética.

Thiago de Mello ficou conhecido como poeda dos Direitos Humanos

Após o golpe militar, Thiago renunciou ao posto de adido cultural e em 1965 foi residir no Rio de Janeiro. Sua poesia ganhou forte conteúdo político. Tornou-se nacionalmente conhecido na época como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos, e manifestou em sua poesia o seu repúdio ao autoritarismo e à repressão.

Retornou para Santiago, onde permaneceu exilado durante dez anos. Em 1975 recebeu o Prêmio de Poesia da Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo livro “Poesia Comprometida Com a Minha e a Tua Vida”.

Voltou ao Brasil em 1978. Ao lado do cantor e compositor Sérgio Ricardo, participou do show “Faz Escuro Mas Eu Canto”, dirigido pelo cronista Flávio Rangel. Ainda em 1978, retorna para a cidade de Barreirinhas, no Amazonas. Em abril de 1985, o poema “Os Estatutos do Homem”, de 1977, foi musicado por Cláudio Santoro, e abriu a temporada de concertos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A causa da morte não foi informada.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra