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Conflito na Ucrânia eleva preços de grãos em Chicago e pressiona inflação

Além da alta do petróleo, invasão da Ucrânia por tropas russas causa elevação de preços de commodities agrícolas, o que agrava a inflação global

Navio de grãos

Navio no porto de Odessa, na Ucrânia: conflito eleva preços de grãos no mercado mundial | Foto: Getty Images

Os preços dos grãos encerraram o pregão de ontem em Chicago com expressivas altas. Soja e trigo alcançaram seu maior patamar em quase dez anos, refletindo a tensão entre Rússia e Ucrânia e as incertezas quanto à oferta dessas commodities. Investidores e empresas estão procurando um novo teto para os preços futuros dos grãos em meio a essa volatilidade do mercado.

A cotação do Trigo, teve uma alta de 3,78%, atingindo US$ 8,84 por bushel (medida utilizada nos EUA que equivale a 27,2 kg), seu maior valor desde o final de novembro de 2012. Segundo o Departamento de Agricultura Americano (USDA), Rússia e Ucrânia devem exportar cerca de 59 milhões de toneladas de trigo na safra 2021/22, o que os coloca entre os maiores exportadores do grão, só perdendo para a União Europeia.

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A soja também seguiu esse movimento e atingiu sua maior cotação desde setembro de 2012, a um preço de US$ 16,71 por bushel. O contrato subiu 2,2% na cotação diária e essa alta é explicada pela posição relevante da Ucrânia na produção e exportação do óleo de girassol, que é um produto substituto ao óleo de soja.

Soja e grãos usados na produção de óleo têm cenário incerto

A soja e os outros grãos usados na produção de óleos têm um cenário incerto para a próxima safra. Problemas climáticos afetam algumas regiões da América do Sul desde o final do ano passado, e o efeito disso foi um aumento de 25% na soja desde o início do ano.

O óleo de palma, que têm a Indonésia como grande exportadora, também sofre os efeitos de uma quebra de safra recente atrelada a restrições impostas pelo governo para a exportação do produto.

Por último, o preço do milho avançou 1,3% na sua cotação. A crise entre os países pode afetar a produção do grão, que nesta safra atual deverá responder por 20% das exportações mundiais da commodity. (Roberto Pasqualini Felize)

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