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Guerra na Ucrânia leva preços de milho e trigo a patamares históricos

Alta na cotação dos grãos pode se estender para além do conflito, com as sanções econômicas impostas à Rússia

colheita e trigo

Nesta quarta-feira, 2 de março, o milho está sendo cotado a US$ 7,25 o bushel, já o trigo US$ 10,60 por buchel, preço recorde | Foto: Getty Images

A guerra na Ucrânia já afeta os contratos de commodities agrícolas. O milho e o trigo operam em suas maiores altas na Bolsa de Chicago desde 2012, ano em que ocorreu a maior quebra de safra dos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, o milho está sendo cotado a US$ 7,25 o bushel, já o trigo US$ 10,60 por buchel, preço recorde.

Segundo Paulo Molinari, consultor da Safras e Mercados, consultoria especializada em agronegócios, não é somente a guerra que está afetando os preços das commodities agrícolas e de energia. As sanções impostas à Rússia pelo mercado mundial pode se estender para além do fim do conflito e isso deve influenciar os preços, principalmente do milho e do trigo.

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“Além da guerra existe o embargo, a quebra do Swift impede as empresas de comprarem os produtos na Rússia, porque elas não têm como pagar”, disse Molinari. “Essas sanções podem durar para além da guerra.”

O Swift é um sistema de pagamentos norte-americano que processa todos as transações feitas em dólar no mundo. Os Estados Unidos, como forma de punir Moscou, tirou a Rússia do sistema.  

Guerra já pode afetar os preços ao consumidor no Brasil

Molinari disse, ainda, que  todo esse movimento no Leste Europeu já pode afetar os preços ao consumidor no Brasil. Isso porque o Brasil é um grande importador de trigo, com esse aumento na cotação, isso será repassado no preço final ao consumidor.  

Juntando a tudo isso, Ucrânia e Rússia são responsáveis por um terço das exportações de trigo do mundo. “A Rússia é o maior produtor e exportador de trigo e isso encabela as altas do cereal”, afirmou.

O suporte para a escalada do preço do milho vem de diversas formas. O impacto direto ocorre porque a Ucrânia é o quarto maior exportador mundial do grão, sendo uma fonte relevante para a China. Os ucranianos deverão ser responsáveis por 16,4% do trade global nesta safra 2021/22. Com a guerra em andamento, as autoridades ucranianas já avisaram que seus portos não irão operar até o fim do conflito, limitando esta fonte do mercado.

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