close

Navio da Cargill é atingido por projétil na costa da Ucrânia

Ataque a embarcação da Cargill aumenta tensão no litoral da Ucrânia e Agência Internacional de Energia discute abastecimento de petróleo

Navio

Navio da Cargill ainda está em condições de navegar e segue a caminho da Romênia | Foto: Getty Images

A gigante norte-americana do setor agrícola Cargill teve um de seus navios foi atingido por um projétil na costa da Ucrânia, no Mar Negro. A empresa é uma das maiores fornecedoras de alimentos do mundo.

A Cargill, com sede em Minnesota, opera um terminal de exportação na Ucrânia e informou que o navio ainda está em condições de navegar e segue a caminho da Romênia. De acordo com um porta-voz da Cargill, ninguém ficou ferido.

Saiba mais

O diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, afirmou em comunicado que realizou uma reunião nesta sexta-feira com representantes dos 31 membros da entidade, a fim de “compartilhar perspectivas sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia” e discutir seus impactos nos mercados globais de energia.

Invasão russa na Ucrânia levanta preocupações sobre oferta de petróleo

Além de expressar “grande preocupação” com a destruição e a perda de vidas, ele disse que a invasão russa “tem aumentado preocupações entre os participantes do mercado de petróleo, em um cenário de mercados globais já apertados e volatilidade aumentada do preço”.

Birol disse que foram discutidas opções que a AIE poderia tomar nos próximos dias e semanas. Também foi tratada da situação nos mercados de gás natural e sobre como qualquer problema na oferta russa por meio da Ucrânia elevaria a pressão sobre a Europa, com efeitos para o restante do mundo.

Diante dos impactos iniciais sobre os mercados e dos riscos de que possa haver uma escalada neles, a AIE discutiu a possibilidade de uma reunião extraordinária de seu conselho no nível ministerial, e concordou em continuar a monitorar de perto a situação, além de continuar a agir “em solidariedade para garantir a segurança da energia global”.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, conversou nesta sexta-feira com a contraparte italiana, Luigi di Maio, ocasião na qual anunciou em seu Twitter que o colega italiano garantiu que o país apoiará a exclusão da Rússia da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Swift, na sigla em inglês). A ação é uma demanda do governo ucraniano, mas sofre resistência, especialmente de alguns países europeus.

Bolsas da Europa fecham em forte alta

As bolsas da Europa fecharam em forte alta nesta sexta-feira, 25, recuperando-se após caírem com a invasão da Rússia pela Ucrânia e os anúncios de sanções. O mercado segue acompanhando os desdobramentos do conflito, mas também ficou de olho em dados econômicos e balanços corporativos da região.

O índice Stoxx 600, que reúne as principais ações da região, encerrou a sessão em alta de 3,32%, a 453,53 pontos. Na semana, porém, ele recuou 1,58%.

As bolsas da Europa, que já vinham em alta, aceleraram ganhos após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordar em realizar conversas com a Ucrânia, dizendo que a Rússia está disposta a enviar uma delegação à capital de Belarus, Minsk.

De acordo com o analista-chefe da CMC Markets, Michael Hewson, esse ato fez com que os índices europeus ganhassem impulso. “Isso fala do Kremlin parece muito estranho, dado o comentário de Putin esta semana, mas não impediu os mercados de esperar que pudesse haver algo nele”, destacou.

Por outro lado, os alertas de sanções continuam, o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, afirmou nesta sexta que Putin, e o ministro das Relações Exteriores do país, Sergey Lavrov, provavelmente entrarão na lista de sanções da UE.

Londres lidera recuperação

De acordo com Hewson, o FTSE 100, de Londres, liderou o caminho da recuperação nesta sexta, subindo 3,91% a 7.489,46 pontos, puxado por papéis da Antofagasta (+5,62%), AstraZeneca (+4,81%) e Barclays (+5,30%), com baixa de 0,32% na semana.

O CAC 40, de Paris, subiu 3,55%, a 6.752,43 pontos, com ações do grupo varejista francês Casino Guichard-Perrachon – controlador do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil – com queda de 12,29% nas ações, após divulgação de balanço. Na semana, o índice parisiense recuou 2,56%.

Investidores também acompanharam dados importantes, destaque para o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, que teve desempenho melhor do que o esperado no quarto trimestre de 2021, e o índice de sentimento econômico da zona do euro, que avançou mais do que o esperado neste mês, para 114 pontos.

Em Frankfurt, o DAX registrou alta de 3,67%, a 14.567,23 pontos, com Volkswagen (+5,06%) em alta, mas queda de 3,16% na semana. O FTSE MIB, de Milão, fechou com ganho de 3,54%, a 25.773,03 pontos, com baixa de 2,77% na comparação semanal. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 2,75%, a 5.495,21 pontos, com recuo de 2,43% na semana. O Ibex 35, de Madri, avançou 3,51%, a 8.486,60 pontos, com baixa de 1,20% na comparação semanal. (AE)

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra