Como investir na gigante chinesa BYD com dupla proteção
Fundo J Safra Veículos Elétricos, do Banco Safra, exclusivo para clientes, permite investir na empresa avaliada em US$ 75 bilhões com capital protegido e blindagem cambial
11/03/2024A fabricante de veículos chinesa BYD está no centro das atenções automotivas globais. Em seu core business, a empresa atua em um mercado em crescimento exponencial, gerando temores nos competidores ao redor do mundo e, com capital aberto, olhares de oportunidades entre investidores. Os brasileiros que buscam diversificação internacional de seus portfólios conseguem aplicar em papéis da BYD diretamente no Brasil.
As ações da greentech estão disponíveis em Hong Kong e já há alternativas para facilitar o acesso a seus papeis. Mais do que facilidades, há estratégias que envolvem proteção cambial e de capital investido. É o caso do fundo J Safra Veículos Elétricos, do Banco Safra, exclusivo para clientes da instituição.
“A proteção de capital e de variação cambial é bem-vinda, considerando o panorama geral da empresa”, comenta Cauê Pinheiro, estrategista da Safra Corretora. “Ao mesmo tempo em que há muitos potencializadores para incrementar o valor da ação, outros fatores internos e externos podem levá-la ao caminho contrário.”
Nos prós da BYD, aumento de market share, diversificação e parcerias
No geral, as perspectivas para a indústria automobilística chinesa são majoritariamente positivas para 2024, refletindo expectativas de vendas de veículos mais fortes na China. O volume geral de vendas de veículos elétricos domésticos deve crescer entre 20% e 30% anualmente entre 2023 e 2025, segundo estimativas da Safra Corretora.
“De 2018 a 2022, o crescimento das vendas da BYD expandiu em um CAGR (taxa composta de crescimento anual) de 16%. O lucro líquido, por sua vez, caiu em um CAGR de 10%. Durante este período, a proporção média de dívida líquida/capital próprio da empresa foi de 21%, com uma melhoria significativa” relembra Pinheiro.
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No panorama atual, as vendas de veículos elétricos no mercado doméstico da BYD estão em plena expansão da participação de mercado. O cenário é ainda mais positivo se considerarmos que o aumento de vendas de veículos elétricos deve ser acelerado nos próximos dois a três anos na China, apoiado por políticas locais.
A perspectiva de lucratividade da empresa em veículos elétricos é positiva, segundo o estrategista. “O sistema de crédito da China para a produção dos novos carros ajuda a reduzir a concorrência e apoiar condições de preços e a BYD ganha força paralelamente em vendas de ônibus elétricos, já em operação em dez cidades chinesas em cinco fora da China”.
Há expectativa de parcerias com montadoras estrangeiras, especialmente em suprimentos de baterias, expandindo a participação da BYD na cadeia de valor de veículos elétricos à medida que o segmento como um todo ganha tração.
Ainda em condições comerciais, a China impõe restrições à propriedade estrangeira em joint ventures automotivas desde 2022. Essa norma gera potencial de impulsionar o investimento estrangeiro em fábricas e concessionárias chinesas.
Humor do governo e consumo fraco exigem atenção
Ao mesmo tempo em que incentivos geram vantagens, eles também envolvem riscos. ”A indústria automotiva na China tornou-se altamente competitiva e dependente de subsídios e créditos governamentais. Quaisquer revogações podem tornar a situação local delicada”, explica o especialista da Safra Corretora.
Entre os incentivos, as melhorias propostas pelo sistema de crédito NEV, de fomento à indústria, serão graduais e voláteis. Já as facilidades financeiras para compradores de carros elétricos permanecem incertas e limitam a visibilidade para perspectivas de vendas sustentáveis.
Soma-se ao cenário de cautela uma possível desaceleração de vendas, caso a BYD veja a tendência de enfraquecimento do consumo mundial bater à sua porta. Pinheiro relembra que “apesar de bons índices estimados até 2025, os números se revelam mais tímidos se comparados a anos anteriores recentes – como 160% em 2021 e 87% em 2022”.
A rentabilidade de empresas do setor é outro ponto de atenção, pois pode ser desacelerada pelo aumento de custos de matérias-primas para baterias de veículos elétricos e de despesas logísticas por interrupções em cadeias de fornecimento. Além disso, no caso da BYD, há um aumento visível em custos de marketing e financeiros, que podem afetar a performance da empresa.
Por fim, a equipe de Research da Safra Corretora projeta uma tendência de margem de lucro instável da BYD no futuro. O rendimento de dividendos da empresa, por sua vez, segue inconsistente e abaixo do esperado.
Investimento taylor made explora potencial e protege capital
Considerado o panorama macro, o desenho do J Safra Veículos Elétricos inclui a possibilidade de aproveitar o crescimento das ações da empresa com a garantia de capital investido para eventuais desvalorizações dos papéis – e sem efeitos da variação cambial.
O investimento, que faz parte da família de produtos J Safra Global Solutions, é atrelado às ações da BYD (BYD CO LTD-H [1211 HK Equity]). O investidor ganhará o percentual de alta do ativo com rentabilidade máxima de 30% no período de 24 meses a partir da emissão e a variação da moeda americana não afeta o ganho do produto.
A BYD em projeções de mercado
“A projeção é que a BYD negocie acima da sua valorização histórica, por conta do consenso de maior retorno sobre o patrimônio”, avalia Pinheiro. “A projeção fica em torno de 24% para 2023-2024 comparada a uma média de 7% entre 2018 e 2022 – a volatilidade no período foi de 3% a 16%”.
A recomendação da Safra Corretora para a BYD é de compra, puxada pela liderança no mercado de veículos na China. A estimativas de lucro por ação é de quase 30% de aumento em 2024 e o preço-alvo é de R$ 177,6 para 12 meses, representando um retorno de 4,8 vezes no ano vigente.
A margem líquida, contudo, deve permanecer tímida nos números de 2023 – em 2022, ficou em aproximadamente 4%.