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Sob incerteza fiscal, Ibovespa fecha a semana com recuo de 1,3%

Novo Bolsa Família e parcelamento dos precatórios pressionam o índice, que operou aos 120 mil pontos pela 1ª vez em 3 meses

Fachada da B3, bolsa de valores brasileira, onde é negociado o índice Ibovespa

Dólar também oscilou bastante nos últimos dias, chegando a encostar em R$ 5,30 | Foto: Divulgação/B3

Pressionado pela situação fiscal, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira (B3), não conseguiu sustentar os 123 mil pontos vistos no início da semana.

Na mínima, operou aos 120 mil pontos, pela primeira vez em três meses. O índice acumulou queda de 1,3% na semana.

O dólar também oscilou bastante nos últimos dias, chegando a encostar em R$ 5,30 na segunda-feira, 9.

No final das contas, porém, a moeda americana registrou alta semanal modesta, de 0,2%.

O cenário fiscal segue pesando, tanto sobre o Ibovespa quanto os negócios no geral no Brasil.

Foi apresentada nesta semana a medida provisória que altera programas sociais, como o Bolsa Família, para criar o chamado Auxílio Brasil.

A previsão é que os valores do novo benefício sejam fixados em setembro, e comecem a ser pagos em novembro.

Segundo lideranças do governo, o programa deve pagar ao menos 50% a mais do que valor médio do Bolsa Família, mas estará em conformidade com o teto de gastos.

Parte do aumento seria bancado por um fundo com recursos de privatizações e pelo parcelamento do pagamento de precatórios, previsto em uma proposta de emenda à Constituição que também foi entregue à Câmara dos Deputados.

Inflação

A preocupação com a inflação também foi reforçada nesta semana pela divulgação do IPCA de julho.

O índice acelerou para 0,96%, o maior avanço para o mês desde 2002. Com isso, acumulou alta de 9% nos últimos 12 meses.

Nesse sentido, o maior impacto veio da alta da energia elétrica, com o reajuste no sistema de bandeiras tarifárias.

Assim, o ambiente mais cauteloso ofuscou a firme retomada dos serviços no país.

O IBGE informou que o setor cresceu 1,7% na passagem de maio para junho, um desempenho bem melhor do que o esperado.

O setor alcançou com isso o patamar mais elevado desde 2016.

Entre os destaques positivos estão as atividades mais sensíveis às restrições provocadas pela pandemia, como hotéis e restaurantes, que vêm se recuperando com o avanço da vacinação.

Recordes nos EUA

Na contramão do Ibovespa, nos Estados Unidos os índices Dow Jones e S&P 500 bateram sucessivos recordes depois que o Senado aprovou o pacote de mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,2 trilhões) de investimentos em infraestrutura.

Dessa forma, o índice mais tradicional do país subiu 0,9% na semana, enquanto o S&P 500 ganhou 0,8% no período.

A proposta foi aprovada em um acordo bipartidário e prevê US$ 550 bilhões em novos gastos, ao longo dos próximos cinco anos.

Adicionalmente, a inflação ao consumidor por lá também ajudou ao ficar dentro do esperado.

O CPI desacelerou para 0,5% na passagem de junho para julho, o menor ritmo desde fevereiro. Em 12 meses, o índice seguiu acumulando 5,4%.

Na Europa, o Stoxx 600 subiu 1,2%, a quarta alta semanal consecutiva.

Por fim, na Ásia as bolsas tiveram uma segunda semana de recuperação.

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