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Conselho de Segurança da ONU condena tropas russas na Ucrânia

Bolsas da Ásia fecham em baixa enquanto países integrantes do conselho de Segurança da ONU condenam tropas russas na Ucrânia

ONU

A maioria dos países-membros do conselho, inclusive o Brasil, pediu um recuo russo na decisão de enviar tropas para o leste da Ucrânia | Foto: Getty Images

O Conselho de Segurança (CS) da ONU condenou a decisão da Rússia de reconhecer a independência das repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk e enviar tropas para essas áreas. Em uma reunião convocada às pressas na noite de segunda-feira, 21, a maioria dos países-membros do conselho, inclusive o Brasil, pediu um recuo russo na decisão de enviar tropas para o leste da Ucrânia, apesar de nenhuma providência prática ter sido adotada.

O embaixador brasileiro Ronaldo Costa Filho pediu por um “cessar-fogo imediato” no leste da Ucrânia, apelando para que os russos desmobilizassem tropas e voltassem a discutir uma solução pela via diplomática. Apesar de pedir respeito pela integridade territorial da Ucrânia, Costa Filho não mencionou o presidente russo, Vladimir Putin, em seu discurso.

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O encontro durou 90 minutos e não resultou em nenhuma providência prática. No entanto, é mais uma repreensão diplomática às ações da Rússia, que foram condenadas como uma violação da Carta das Nações Unidas.

A decisão russa de enviar “tropas de paz” ao leste da Ucrânia foi considerada um “absurdo” pela embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, que chamou a tentativa de recriar o império russo de um retrocesso antiquado: “Putin quer que o mundo volte no tempo. Para um tempo antes das Nações Unidas. Para uma época em que impérios governavam o mundo”.

Críticas à decisão russa também partiram de representantes de países convidados e com cadeiras permanentes no conselho, como Reino Unido, França, Índia, Quênia, Gana, Emirados Árabes e Irlanda.

A China, por outro lado, absteve-se de condenar explicitamente a Rússia. “Acreditamos que todos os países devem resolver suas diferenças internacionais por meios pacíficos, de acordo com os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas”, limitou-se a dizer o embaixador Zhang Ju.

Convidado a falar na reunião, embora seu país não tenha uma cadeira no Conselho, o embaixador da Ucrânia, Sergiy Kyslytsya, afirmou que “as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia permanecerão inalteradas, independentemente das declarações e atos da Rússia”. O embaixador ainda pediu à Rússia que anule a decisão de reconhecer os territórios ucranianos separatistas, retorne à mesa de negociações e realize a retirada imediata e verificável de suas tropas de ocupação.

Apesar das condenações, Moscou se disse aberta à diplomacia para resolver a crise na Ucrânia. O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenziamas, assegurou que não está sendo preparado um “banho de sangue” nos territórios separatistas do leste do país.

Bolsas da Ásia fecham em queda com invasão da Rússia na Ucrânia

As bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada nesta terça-feira, 22, pressionadas por uma nova escalada nas tensões entre Ucrânia e Rússia. Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou o envio de tropas para as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, depois de reconhecê-las como repúblicas independentes. A decisão veio um dia após esforços do presidente francês, Emmanuel Macron, de negociar uma saída diplomática para a crise.

Antes mesmo do anúncio do envio de tropas, a União Europeia e os EUA sinalizaram a aplicação de sanções contra a Rússia e os governos pró-Moscou de Donetsk e Luhansk.

O Hang Seng liderou as perdas na Ásia hoje, com queda de 2,69% em Hong Kong, a 23.520,00 pontos. A ação do HSBC sofreu um tombo de 3,59% na bolsa local. O banco britânico, que tem foco no mercado asiático, mais do que triplicou seu lucro no quarto trimestre de 2021, mas também fez provisão adicional de US$ 450 milhões no período para prováveis perdas ligadas principalmente aos transtornos sofridos pelo setor imobiliário da China.

Em outras partes da região asiática, o índice japonês Nikkei caiu 1,71% em Tóquio, a 26.449,61 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 1,35% em Seul, a 2.706,79 pontos, e o Taiex registrou perda de 1,38% em Taiwan, a 17.969,29 pontos.

Na China continental, o Xangai Composto teve baixa de 0,96%, a 3.457,15 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 1,23%, a 2.297,30 pontos. Na Oceania, o preocupante quadro do Leste Europeu também pesou na bolsa australiana, e o S&P/ASX 200 recuou 1% em Sydney, a 7.161,30 pontos. (AE)

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