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Dados de produção reforçam expectativa de lucro da Petrobras

Uma das maiores produtoras de óleo e gás do mundo, a Petrobras (PETR4) tem preço-alvo de R$ 38,00 e recomendação de compra

Petrobras

Plano estratégico indica que a Petrobras vai concentrar esforços em seus principais direcionadores de valor | Foto: Getty Images

A Petrobras anunciou seus números de produção do quarto trimestre de 2021, que vieram dentro das estimativas do Banco Safra e dentro do do planejamento estratégico da empresa. Preços mais altos devem compensar a queda sequencial de volumes no trimestre e o EBITDA ajustado deve ficar em R$ 64,5 bilhões, com crescimento de 1% sobre o trimestre anterior, segundo a projeção do Safra. O lucro líquido previsto é de R$25,3 bilhões, uma queda de 19% sobre o trimestre anterior, que teve o impacto positivo de itens não recorrentes. Com esse cenário, o Safra mantem a recomendação de compra para as ações.

A produção média da Petrobras no quatro trimestre atingiu 2,7 milhões de barris de óleo equivalentes (MMboed), uma queda de 4% no trimestre e crescimento de 1% sobre igual período do ano anterior. A queda trimestral deve-se a paradas programadas em 6 plataformas e início do acordo de coparticipação de Búzios, parcialmente compensado pelo ramp up do FPSO Carioca.

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As vendas internas de derivados de petróleo foram de 1,9 milhões de barris equivalentes, 5% inferior ao terceiro trimestre, uma vez que os maiores volumes de gasolina não conseguiram compensar a queda nos volumes de diesel e GLP devido à sazonalidade, e no caso de óleo combustível, devido à menor demanda por geração térmica. A utilização da refinaria foi de 88% no trimestre, contra 85% no trimestre anterior.

A Petrobras (PETR4) divulgou em novembro de 2021 seu novo plano estratégico de 5 anos, incorporando uma curva de produção mais alta e maior investimento, mantendo seu foco em campos de águas profundas e ultraprofundas.

Petrobras atualiza política de dividendos

A Petrobras (PETR4) também atualizou a política de dividendos, definindo um dividendo mínimo anual de US$ 4 bilhões (6% de rendimento a preço atual) enquanto o preço médio do Brent estiver acima de US$ 40/barril, deixando a porta aberta para pagamentos adicionais.

Os pagamentos passarão a ser trimestrais, e iguais para ambas as classes de ações (ordinárias e preferenciais)

Eles poderão ser equivalentes a 60% do fluxo de caixa operacional menos capex (agora incluindo o pagamento de bônus da rodada de licitações) enquanto a dívida bruta estiver abaixo de US$ 65 bilhões e há lucro acumulado positivo.

A Petrobras (PETR4) também prevê dividendos extraordinários independentemente do nível de endividamento, desde que preservada a sustentabilidade financeira da empresa.

O Safra considera ambos anúncios de forma positiva e, num cálculo preliminar, projeta uma alta potencial de cerca de 10% em relação ao preço-alvo atual com a incorporação do novo plano de negócios. O banco reitera a classificação de compra.

Foco de PETR4 no pré-sal

A Petrobras (PETR4) pretende manter o foco em campos de águas profundas e ultraprofundas, principalmente no pré-sal, que deverá responder por 79% da produção total ao final de 2026.

As estimativas de produção atualizadas levam em consideração o início de até 15 novas plataformas nos próximos 5 anos, 6 das quais estão no campo de Búzios, que deverá ter 10 plataformas com uma capacidade combinada de 1,8 milhões de bpd (acima dos 600k bpd atualmente). Os campos do présal respondem por 67% do capex total de E&P (incluindo 40% do capex de exploração).

Além disso, a empresa planeja adotar sua nova tecnologia de separação submarina de alta pressão em Mero 3, com início previsto para 2024.

A Petrobras (PETR4) incluiu em seu plano estratégico uma unidade de produção em águas profundas para a bacia de Sergipe, com capacidade de 120 mil bpd e primeiro óleo previsto para 2026. O plano é também ter uma segunda unidade de produção e um gasoduto ligando as unidades à costa com uma capacidade de 8mn m³ por dia.

Espera-se que os ganhos de eficiência melhorem os retornos. A economia planejada nos custos de conexão e construção de poços permitiu FPSOs mais complexos (maior produção, separação e capacidade de reinjeção) sem alterações no capex total no desenho de projetos padrão do pré-sal, potencialmente melhorando os retornos.

A estatal passou a analisar potenciais novos negócios para reduzir a exposição aos combustíveis fósseis, com foco no segmento de energia e novos produtos. O arcabouço para aprovação de novos projetos está sendo montado e nenhum deles está contemplado no plano atual.

Dívida de PETR4

Uma sólida geração de caixa de R$ 47,2 bilhões (-3% T/T) permitiu que a Petrobras (PETR4) encerrasse o 3º trimestre com uma dívida bruta de US$ 59,6 bilhões (R$ 324,9 bilhões), atingindo sua meta com 15 meses de antecedência.

A dívida líquida da Petrobras (PETR4) era de US$ 48,1 bilhões e a dívida líquida/EBITDA de 1,2x no final do 3T21, contra US$ 53,3 bilhões e 1,5x no 2T21, respectivamente.

O lucro líquido reportado pela Petrobras (PETR4) foi de R$ 31,1 bilhões (-27% T/T). Sem itens não recorrentes, como reversão de redução ao valor recuperável, recursos relacionados à Transferência de Direitos do campo de Búzios e valores relacionados a seguro saúde e impostos, o lucro líquido foi de R$17,4 bilhões no trimestre, -57% T/T, principalmente devido a perdas cambiais no 3T21 vs ganhos no 2T21.

Vale a pena investir em PETR4?

  • Sólida geração de fluxo de caixa;
  • Seu plano estratégico é um bom sinal e indica que a empresa vai concentrar esforços em seus principais direcionadores de valor.

Quais os riscos ao investir em PETR4?

  • A Petrobras é uma empresa estatal e não vemos uma privatização em andamento no curto prazo;
  • Risco de ingerência politica.
  • Outra greve de caminhoneiros também é uma preocupação e não se reflete em nosso preço-alvo de PETR4.

Sobre a PETR4

A Petrobras (PETR4) atua por meio da capacidade técnica única nos segmentos de exploração e produção de petróleo, refino, gás natural, energia elétrica, logística, comercialização, distribuição, petroquímica, fertilizantes e biocombustíveis.

A Petrobras está presente em 19 países, administrando a exploração de óleo e gás destas áreas. Através de joint ventures e demais parcerias, as unidades da Petrobras incorporam o mais avançado uso de tecnologia, mantendo-se referência mundial no setor energético.

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