Dólar fecha em alta com aversão a risco global e juros nos Estados Unidos
Moeda americana ganhou força no mercado global, mantendo tendência recente com investidores apostando na alta dos juros nos Estados Unidos
09/05/2022O dólar volta a subir no mercado local em linha com a tendência global da moeda americana nesta segunda-feira, 9. Pesam no ajuste também as altas dos retornos dos Treasuries de 10 e 30 anos em cenário de aversão a ativos de risco no exterior e as expectativas de um aperto monetário mais agressivo nos EUA. O dólar subiu 1,60%, a R$ 5,15, ante máxima intradia a R$ 5,16.
A economia chinesa também preocupa, após o crescimento das exportações terem desacelerado novamente em abril, desta vez atingindo o nível mais baixo em quase dois anos. Na sexta-feira, 6, o dólar fechou em alta diante da cautela com um avanço rápido de juros nos EUA em meio aos dados mistos do relatório de empregos (payroll) do país.
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A guerra entre Rússia e Ucrânia segue agravando o cenário. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, tentou caracterizar hoje a campanha militar de Moscou na Ucrânia como uma “resposta forçada” pelas políticas do Ocidente e “necessária” para afastar uma possível agressão.
Putin, que discursou durante parada militar na Praça Vermelha para marcar a vitória contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, traçou paralelos entre os conflitos do Exército Vermelho contra tropas nazistas e a ação das forças russas na Ucrânia.
Embora tenha criticado fortemente o Ocidente, Putin não deu indicação de mudança na estratégica ou de que fosse declarar uma ampla mobilização, como alguns na Ucrânia e em países ocidentais vinham temendo.
A agenda de indicadores é fraca nesta segunda, mas deve ganhar força a partir de amanhã, com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e, na quarta-feira, 11, com o IPCA de abril, mesmo dia em que sai o dado de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, o CPI. A semana traz ainda amanhã o IGP-M de maio e vendas no varejo de março, e na quinta-feira a pesquisa mensal de serviços de março.
O mercado também está em alerta diante da possibilidade de a Petrobras voltar a reajustar os combustíveis em meio à defasagem em relação aos preços internacionais. Hoje o petróleo está em queda, mas acumula alta de mais de 43% desde janeiro tanto o Brent como o WTI. (AE)