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Petroleiras dos EUA Exxon e Chevron podem se fundir

Presidentes das maiores petrolíferas americanas conversaram em 2020. Negócio pode enfrentar resistência do governo Biden

Refinaria de petróleo com pôr de sol ao fundo: Exxon e Chevron

Fusão formaria a segunda maior empresa de petróleo do mundo, atrás somente da Saudi Aramco, da Arábia Saudita | Foto: Getty Images

As duas maiores empresas petrolíferas dos Estados Unidos, a ExxonMobil e a Chevron podem se unir e protagonizar uma das maiores fusões empresariais da história.

Segundo reportagem publicada no domingo, 31, pelo The Wall Street Journal, os presidentes das duas empresas chegaram a discutir a possiblidade em 2020, após a pandemia derrubar os preços do petróleo.

Citando fontes próximas, a matéria diz que Mike Wirth (Chevron) e Darren Woods (Exxon) teriam apenas ventilado a ideia e que as conversas teriam sido apenas preliminares.

No entanto, o WSJ afirma que a discussão pode voltar à tona no futuro e virar uma negociação de fato.

Colosso reunido

Se concretizada, a fusão entre ExxonMobil e Chevron significaria a reunião das companhias.

No passado, elas faziam parte do monopólio do petróleo construído pelo magnata John Davidson Rockefeller entre os séculos 19 e 20, a Standard Oil.

Em 1919, a Standard Oil foi desmembrada por órgãos reguladores dos EUA, abrindo assim o mercado americano do petróleo.

A fusão da Exxon com a Chevron resultaria em um colosso de US$ 350 bilhões (cerca de R$ 1,9 trilhão com a cotação de 1º de fevereiro) em valor de mercado.

A nova empresa seria a segunda maior petroleira do planeta, atrás apenas da Saudi Aramco, avaliada em mais US$ 2 trilhões (quase R$ 11 trilhões) e que realizou entre 2019 e 2020 o maior IPO da história, captando US$ 29 bilhões (R$ 158 bilhões).

Dificuldades para Exxon e Chevron

Assim como em 1919, a regulação antitruste dos EUA pode ser o principal empecilho para Exxon e Chevron se unirem após mais de 100 anos.

Além disso, a reportagem do WSJ lembra que o atual presidente americano Joe Biden tem uma postura firme com relação ao setor de energia, no qual deve incentivar a geração de consumo de energias renováveis.

A Exxon, que há sete anos foi a empresa mais valiosa dos EUA, avaliada em quase US$ 400 bilhões (R$ 2,1 bilhões, se fosse hoje), sofreu ao longo dos anos com problemas de gestão.

O resultado foi sua remoção, pela primeira vez, no ano passado do Dow Jones Industrial Averageum dos principais indicadores do mercado estadunidense. As ações da Exxon caíram quase 29% em 2020.

Já a Chevron, que em 2011 protagonizou um vazamento de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, viu sua ações caírem cerca de 20% no último ano.

Mesmo com um possível caminho difícil para a fusão, o WSJ afirma que analistas de mercado, investidores e executivos do setor de energia enxergam o negócio como bom para as companhias.

O consenso é que a fusão de Exxon e Chevron ajudaria a cortar custos e tornar a nova empresa mais resiliente, com maior poder de recuperação frente ao impacto da pandemia e planejamento para um futuro que deve cada vez mais rejeitar o uso de combustíveis fósseis.

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