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Safra prevê redução de estímulos nos EUA em 2022

Em análise sobre última reunião do Fed, banco prevê que mudanças sobre compra de ativos devem ocorrer em janeiro do ano que vem

Sede da Bolsa de Valores de Nova Iorque com bandeiras dos EUA em destaque

Movimento de compra de ativos ajuda a dar liquidez ao sistema financeiro do país | Foto: Getty Images

Com a economia dos Estados Unidos em recuperação, a compra de ativos (que na prática significa dar liquidez e incentivar o mercado financeiro) por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve diminuir somente a partir de 2022.

A projeção está em relatório do Banco Safra, divulgado nesta terça-feira, 25. O documento traz uma análise sobre a ata da última reunião de política monetária do Fed.

Na ocasião, o Fomc – comitê equivalente ao Copom, no Brasil – manteve o intervalo da taxa de juros básica dos EUA entre 0% e 0,25%.

Estímulos do Fed via compra de ativos

Ao manter o intervalo da taxa de juros do país em um patamar baixo, o Fed busca estimular o aquecimento da economia estadunidense, que se recupera da recessão provocada pela pandemia de covid-19.

Nesse sentido, o banco central dos EUA também pode incentivar o mercado com a compra de ativos, que podem ser títulos de instituições financeiras, por exemplo.

Esse movimento, que está sendo feito a um ritmo acelerado pelo Fed, ajuda a dar liquidez ao sistema financeiro do país, ajudando a aumentar o crédito e, consequentemente, os investimentos dentro dos EUA.

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Na ata da última reunião, alguns membros do Fed sugeriram que, se a economia continuar apresentando progresso rápido, pode ser prudente iniciar a discussão sobre o ajuste no ritmo de compras de ativos.

Entretanto, esse tema só deve entrar na pauta do Fomc nas próximas reuniões, sendo a de setembro a provável para o início do debate, prevê o Safra.

Com isso, o Safra projeta que mudanças efetivas na política de compra de ativos pelo Fed devam ser implementadas somente a partir da reunião de janeiro de 2022.

Riscos

A ata da nova reunião do Fed também traz a preocupação de alguns dos membros de seu comitê de política monetária quanto à manutenção de estímulos econômicos por um período longo.

Eles atentaram que, junto com condições financeiras frouxas, as baixas de juros, por exemplo, poderiam gerar um comportamento de “busca por retorno” que elevariam os riscos de estabilidade financeira.

O relatório do Safra traz o exemplo de um fundo de investimento dos EUA que registrou perdas irrecuperáveis dada a alavancagem das suas posições. O caso foi monitorado de perto pelo Fed.

Essa postura de aversão ao risco, caracterizada pela alavancagem, poderia estar se espalhando pelo mercado, mirando maior rentabilidade dos investimentos.

Entretanto, isso poderia levar a uma alavancagem excessiva do setor financeiro como um todo, gerando riscos de perdas mesmo com pequenas oscilações de preços.

Dado o cenário de incertezas, o Safra pontua que os dados de atividade, em especial os sobre mercado de trabalho, serão relevantes para os próximos passos da política monetária americana.

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