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Banco Central dos EUA anuncia maior alta de juros desde 1994

Banco central dos Estados Unidos define intervalo da taxa de juros de 1,50% a 1,75% ao ano. Alta é a terceira consecutiva

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Decisão do Fed de apertar ainda mais a política monetária foi tomada com base no cenário macroeconômico desafiador vivido pelos EUA, com inflação acelerada | Foto: Getty Images

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu subir a taxa de juros nesta quarta-feira, 15, para o intervalo de 1,50% e 1,75%.

O aumento de 0,75 ponto percentual sobre o intervalo anterior é o terceiro consecutivo promovido pela autoridade monetária e representa a maior elevação dos juros americanos desde 1994.

Além disso, o Fed indicou ainda que aumentos futuros da mesma magnitude “serão apropriados”. A próxima reunião do Fomc – comitê do Fed que define o intervalo da taxa de juros – acontecerá em julho. A íntegra da decisão pode ser lida neste link.

A decisão do Fed de apertar ainda mais a política monetária foi tomada com base no cenário macroeconômico desafiador vivido pelos EUA, principalmente sobre a inflação, que está no maior patamar em 40 anos.

Saiba mais

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que mede o aumento de preços nos EUA, avançou 1% em maio ante abril.

Na comparação anual, o CPI deu um salto de 8,6% no mês passado, no maior nível desde dezembro de 1981. Em abril, o índice já havia registrado ganho de 8,3%.

A meta da escalada de preços a ser perseguida pelo Federal Reserve é de 2% ao ano.

“A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços”, diz o comunicado oficial do Fomc.

Assim como na último reunião, o comitê do Fed voltou a citar a guerra entre Rússia e Ucrânia e os lockdowns, devido à covid-19, na China como fatores de pressão sobre a cadeia de suprimentos e, consequentemente, a economia global.

Impacto para o Brasil e os investimentos

O aumento de 0,75 ponto percentual nos juros dos EUA deve ser um fator de peso na decisão de outros bancos centrais pelo mundo, inclusive o o brasileiro.

Nesta quarta-feira, após as 18h30, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic.

Especialistas acreditam em nova alta de 0,50 ponto percentual, levando a taxa a 13,25% ao ano.

“Essa postura mais hawkish do Fed afeta todas as economias do mundo, inclusive a economia brasileira. Isso vai pesar para que o BC adie o fim do aperto monetário. Teremos que segurar um pouco mais a queda na taxa Selic”, Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me Banco Educação.

“Nesse momento de inflação alta e juros subindo, investimentos pós-fixados como LCIs, CDBs e Tesouro Selic são os mais indicados. Como o comunicado do Copom deve trazer informação de que essa não será a última alta do ciclo, esses investimentos caem bem como reserva de emergência. Recomendo ativos de até 2 anos com liquidez diária e retorno próximo a 100% do CDI, diz Louzada.

Programa de compra de ativos do Fed

Adicionalmente, o comunicado do Fomc indica a continuidade da redução do programa de compra de ativos, colocado em prática para estimular a economia dos EUA com a crise causada pela pandemia de covid-19.

“Além disso, o Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências, conforme descrito nos Planos para Redução do Tamanho do Balanço do Federal Reserve, emitidos em maio”, informa o Fomc.

Projeções do Fed para taxa de juros, desemprego e PIB

Juntamente à decisão sobre os juros, o Fed divulgou projeções para o fim do ciclo de alta da taxa, para o nível de desemprego e o PIB dos EUA.

Sobre a taxa terminal de juros para 2022, a mediana das projeções dos integrantes do Fomc de 1,9% para 3,4%.

Já para 2023, a previsão passou de 2,8% para 3,8% e, por fim, de 2,8% para 3,4% em 2024, o que indica a continuidade de um patamar elevado por mais tempo.

Para o desemprego neste ano, a mediana das projeções cresceu de 3,5% para 3,7%. Para 2023, houve alta de 3,5% para 3,9%, e de 3,6% para 4,1% para 2024.

Por fim, o Fed diminuiu a projeção para o crescimento do PIB americano em 2022, de 2,8% para 1,7%; de 2,2% para 1,7% em 2023; de 2% para 1,9% em 2024.

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