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Dólar sobe a R$ 5 e Bolsa interrompe sequência de quedas

Bolsa fecha em leva alta de 0,12%, aos 114,3 mil pontos, em dia de volatilidade, e dólar supera a barreira dos R$ 5

dólar

A moeda americana ultrapassou a barreira psicológica de R$ 5,00 em dia de volatilidade na Bolsa | Foto: Getty Images

Com o real pressionado e que o dólar à vista na máxima do dia na marca de R$ 5,0795, o Ibovespa mostrou resiliência até o início da tarde, mas cedeu após as 14h, à piora em Nova York. Em direção ao fechamento, contudo, os três principais índices de NY viraram para o positivo, o que contribuiu para que o Ibovespa retornasse à marca d’água, não tão distante da estabilidade no encerramento do dia, e com sinal positivo no ajuste final.

Com isso, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,12%, aos 114.327,05 pontos, a meio caminho entre a mínima (113.365,75) e a máxima (115.340,41) do dia, saindo de abertura aos 114.193,51 pontos. Na semana, o Ibovespa cai 1,45% e, no mês, cede 1,22%. No ano, limita a alta a 4,19%. O giro financeiro desta quarta-feira se manteve a R$ 22,8 bilhões, semelhante ao da sessão anterior. E, com o fechamento levemente positivo, o Ibovespa interrompe sequência de quatro perdas, que o havia colocado ontem no menor nível de encerramento desde 5 de junho.

Saiba mais

O mercado de câmbio doméstico foi engolfado pela corrida global para a moeda americana e a escalada das taxas de juros longas nos Estados Unidos. Já em alta firme pela manhã, quando ultrapassou a barreira psicológica de R$ 5,00, o dólar à vista ganhou ainda mais força ao longo da tarde, correndo até o nível de R$ 5,07, em sintonia com as máximas das taxas da T-note de 10 e do T-Bond de 30 anos.

Com uma arrancada no meio da tarde, o dólar renovou sucessivas máximas até atingir R$ 5,0795. A moeda perdeu parte do fôlego nas duas últimas de pregão, com arrefecimento do estresse no exterior, e encerrou o dia em alta de 1,22%, cotada a R$ 5,0478 – maior valor de fechamento desde 31 de maio (R$ 5,0730). Como é costumeiro em episódios de aversão ao risco, o real amargou o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

Commodities ajudam a Bolsa a segurar perdas

O bom desempenho das ações de commodities, em especial de Petrobras (ON +3,71%, PN +3,17%, ambas nas máximas da sessão no fechamento), contribuía desde cedo para o leve viés positivo do Ibovespa nesta quarta-feira, em dia amplamente favorável ao petróleo, em alta de 3,64% para o WTI e de 2,09% para o Brent, que coloca a referência global acima de US$ 96 por barril, em Londres. A disparada do petróleo na sessão, com a referência americana, o WTI, atingindo o maior nível desde agosto de 2022, a US$ 93,68, decorreu de queda na leitura semanal sobre os estoques nos Estados Unidos, em um contexto de oferta restrita no momento.

Além do forte desempenho de Petrobras na sessão, a oscilação de Vale (ON +0,21%) no fechamento foi importante para o sinal do Ibovespa no fim do dia, com desempenho em geral ruim para as ações do setor financeiro, à exceção de BB (ON +0,87%) entre os grandes bancos. Na ponta do Ibovespa, destaque para Gol (+7,19%), PetroReconcavo (+4,61%) e Prio (+2,92%), além dos papéis ON e PN de Petrobras. No lado oposto, Casas Bahia (-5,00%), Pão de Açúcar (-2,99%), Copel (-2,90%) e Magazine Luiza (-2,86%).

Mais cedo, as notícias de que o banco central da China vai intensificar o apoio à economia local, e que os líderes do Senado dos EUA fecharam acordo que evita a paralisação do governo, ajudavam a mitigar a percepção de risco desde o exterior, o que também contribuiu, no fechamento, para que o Ibovespa evitasse hoje a quinta perda consecutiva.

Nesta quarta-feira, apesar da melhora observada em parte da tarde, os índices de Nova York fecharam sem direção única, com o Dow Jones ainda em baixa de 0,20%, e S&P 500 e Nasdaq em alta, respectivamente, de 0,02% e 0,22%.

Ao temor crescente de juros mais altos por período prolongado nos EUA, reforçado hoje por declarações duras de dirigente do Federal Reserve e pelo avanço do petróleo, soma-se um quadro técnico de pressão das taxas, com leilões robustos do Tesouro americano. Há também receio com a possibilidade de paralisação parcial do governo dos EUA, dado o impasse no Congresso para aprovação do Orçamento. Pela manhã, houve alívio com acordo no Senado para evitar o shutdown, mas o humor voltou a azedar à tarde após o líder da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, disse “não ver apoio” à proposta na sua Casa. (AE)

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