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Ibovespa tem mais longa série negativa em 25 anos e recua 3,18% em agosto

Desde a crise da Rússia, em 1998, a Bolsa não registrava nove dias no negativo; Ibovespa caiu 0,24% nesta sexta e acumula queda de 1,21% na semana

Cotações negativas

Piora da Petrobras com declarações do presidente da empresa ajudaram a derrubar o mercado | Foto: Getty Images

O Ibovespa completou hoje o nono fechamento diário negativo, na mais longa sequência no vermelho desde o agosto de 1998, durante a crise financeira da Rússia. Há 25 anos, o Ibovespa saía dos 10.939 pontos, no fechamento anterior (30 de julho), para os 8.417 pontos no fim da sequência, em 12 de agosto, com perda diária na faixa de 0,31%, no dia 5, a 5,31%, em 4 de agosto.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa oscilou entre 117.415,21 e 119.053,92 pontos, após abertura aos 118.349,60, e encerrou o dia em baixa de 0,24%, aos 118.065,14 pontos, no menor nível desde 19 de julho, então aos 117.552,07 pontos. O giro financeiro subiu a R$ 25,9 bilhões nesta última sessão da semana.

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Com isso, o Ibovespa acumula queda de 3,18% nas primeiras nove sessões de agosto, e de 1,21% na semana – a terceira retração semanal consecutiva. Em dia que se mostrava fraco, e assim se manteve, para as ações de maior peso no Ibovespa, a perda de fôlego em Petrobras, à tarde, foi decisiva para que o índice da B3 se aproximasse hoje da metade de agosto apenas com recuos no mês.

Destaques do Ibovespa nesta sexta-feira

Entre as principais ações, bancos como BB (+1,09%), Santander (Unit +0,52%) e Itaú (PN +0,18%) conseguiram escapar do tom negativo no fechamento desta sexta-feira, ruim para Vale (ON -0,83%) e outros nomes do setor metálico, como Gerdau (PN -0,85%), que têm sido acossados por dúvidas em torno do nível de demanda na China, país que, nesta semana, confirmou sua primeira deflação desde 2021.

A grande exposição da B3 a commodities tem resultado em saída de recursos estrangeiros da Bolsa, apontam analistas. As dúvidas em relação aos preços domésticos dos combustíveis são outro fator que não tem contribuído. Em discurso com forte tom político, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou hoje que a Petrobras tem obrigação, como estatal, de contribuir com o novo PAC, e prometeu que a empresa voltará a “lotar” os estaleiros nacionais, com encomendas de embarcações, para expandir os negócios de petróleo e gás nos próximos anos.

Na ponta do Ibovespa no fechamento, destaque para Yduqs (+8,16%), Sabesp (+5,64%) e Copel (+3,42%), com Locaweb (-8,08%), Soma (-7,31%) e Azul (-6,42%) no lado oposto.

Dólar encerra semana cotado a R$ 4,90

Após uma manhã marcada por troca de sinais, o dólar à vista se firmou em alta ao longo da tarde, em sintonia com o exterior, e terminou a sessão desta sexta-feira na casa de R$ 4,90. Entre mínima a R$ 4,8638 e máxima a R$ 4,9079, ambas na primeira etapa de negócios, a moeda encerrou o pregão cotada em R$ 4,9041, avanço de 0,45%, acumulando ganhos de 0,59% na semana e de 3,69% em agosto.

Lá fora, a taxa do Treasury de 10 anos ganhou força ao longo da tarde e o índice DXY renovou máximas, com ganhos firmes na comparação com o euro. A moeda americana subiu em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Entre as raras exceções, figurou o peso mexicano, impulsionado pela decisão ontem do Banco Central do México (Banxico) de manter a taxa básica do país em 11,25%.

Depois de alívio ontem com a leitura do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA em linha com as expectativas, houve certo desconforto hoje com o índice de preços ao produtor (PPI) de julho acima do esperado. Monitoramento da CME mostrou leve redução das chances de manutenção da taxa básica americana em setembro, que voltaram a ficar abaixo de 90%. Há apostas de que, após nova pausa em setembro, o Federal Reserve volte a elevar os juros em novembro.

Por aqui, o IPCA de julho referendou a continuidade do processo de redução da taxa Selic pelo Banco Central, com parte do mercado de juros futuros reforçando apostas em aceleração do ritmo de queda, para 0,75 ponto porcentual. Após deflação de 0,08% em junho, o IPCA subiu 0,12% em julho, no teto do intervalo de estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de -,008% a 0,12%, com mediana de 0,06%. Houve, contudo, arrefecimento da média dos núcleos e dos setor de serviços, além diminuição do índice de difusão. Como esperado, a inflação acumulada em 12 meses acelerou de 3,16% para 3,99%. (AE)

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