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Alta dos juros, queda do minério e reajuste da Petrobras derrubam Ibovespa

Bolsa caiu 2,90% aos 99.824 pontos e retornou ao patamar de novembro de 2020; na semana, o recuo foi de 5,30% e em junho, acumula perdas de 10,30%

Mercado financeiro

Papéis da Petrobras caíram mais de 7% e puxaram o Ibovespa para o terreno negativo | Foto: Getty Images

No primeiro dia útil depois da alta dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa despencou e fechou abaixo dos 100 mil pontos.

A Bolsa brasileira fechou em forte queda de 2,90%, aos 99.824 pontos, o menor patamar desde novembro de 2020. Na semana, o índice se desvalorizou 5,30% e no mês acumula perdas de 10,30%.

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Nem mesmo o anúncio de reajuste dos combustíveis pela Petrobras aliviou o Ibovespa. A estatal, contrariando o governo, subiu os preços da gasolina em 5,18% e o litro passará a custar R$ 4,06 nas refinarias. Já o diesel aumentou para R$5,61.

Com o reajuste, os papéis da estatal fecharam em queda de quase 7%. O PETR4 recuou 6,88% e o PETR3 7,31%.

“O mercado viu como insuficiente este novo reajuste porque a defasagem em relação ao preço internacional é maior do que o percentual de aumento”, disse Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos. “O ambiente de ações em geral está ruim com o mercado global caindo o Ibovespa segue este movimento.”

A Vale também despencou nesta sessão. A ação da mineradora caiu 5,22% com o recuo dos preços do minério de ferro. O contrato futuro da commodity mais negociado, para entrega em setembro, na bolsa de commodities de Dalian encerrou as negociações em queda de 5,9%, a 821,50 yuans (US$ 122,64) a tonelada.

Já nos Estados Unidos os índices fecharam sem direção definida. Dow Jones fechou em leve queda de 0,13%, S&P500, por sua vez, avançou 0,22% e Nasdaq subiu 1,43%.

Os investidores repercutem as elevações das taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil no primeiro dia útil depois dos anúncios.

Por lá, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu subir a taxa de juros para o intervalo de 1,50% e 1,75%.

O aumento de 0,75 ponto percentual sobre o intervalo anterior é o terceiro consecutivo promovido pela autoridade monetária e representa a maior elevação dos juros americanos desde 1994.

Além disso, o Fed indicou ainda que aumentos futuros da mesma magnitude “serão apropriados”. A próxima reunião do Fomc – comitê do Fed que define o intervalo da taxa de juros – acontecerá em julho.

Já no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros pela 11ª vez consecutiva. A Selic subiu 0,5 ponto percentual e passa a ser de 13,25% ao ano.

Para a próxima reunião, o Comitê antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude.

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