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Ibovespa tem a pior série negativa desde 1970, com 12ª perda seguida

Mesmo com ajuda da Petrobras, que subiu após o anúncio do reajuste da gasolina e do diesel, Bovespa volta a fechar no negativo; Dólar fecha em R$ 4,98

Ibovespa

O Ibovespa não resistiu à piora do sentimento no exterior e devolveu os ganhos moderados obtidos com ajuda da Petrobras | Foto: Getty Images

Parecia que a série negativa do Ibovespa chegaria a termo nesta quarta-feira, mas após as 16 horas o índice não resistiu à piora do sentimento no exterior e devolveu os ganhos moderados vistos mais cedo, encadeando a 12ª perda diária, o que não acontecia desde 1970.

Abaixo dos 116 mil pontos, nas mínimas da sessão, o Ibovespa fechou em queda de 0,50%, aos 115.591,52 pontos. Na semana, o Ibovespa recua 2,10% e, no mês de desgosto, cede 5,21%, limitando o avanço no ano a 5,34%. O giro financeiro desta quarta-feira foi a R$ 48,8 bilhões, fortalecido pelo vencimento de opções sobre o índice.

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O fechamento abaixo dos 116 mil pontos, agora o menor nível de encerramento para o Ibovespa desde 7 de junho, então aos 115.488,16 pontos, abre caminho para o prolongamento da correção em curso, com o índice da B3 ainda sem o gosto de ganhos no mês após ter encerrado julho bem perto dos 122 mil pontos. A região dos 116 mil pontos era considerada uma referência de suporte importante que, uma vez rompida, poderia levar o Ibovespa ainda mais para baixo, em direção aos 110,5 mil pontos.

Ata do Fed derrubou o Ibovespa

A Ata da última reunião do Federal Reserve destacou que os dirigentes da instituição consideram “fundamental” que a taxa de juros dos Estados Unidos permaneça em nível restritivo até a inflação retornar à meta de 2% ao ano, no médio prazo. Apesar do recado, e da reação vista nos preços do petróleo, em queda em torno de 2% na sessão, Petrobras puxava então, pelo peso que possui no índice, recuperação parcial do Ibovespa nesta quarta-feira, com a ON ainda em alta de 2,95% e a PN, de 2,20%, no fechamento.

No dia seguinte ao anúncio, pela estatal, de aumento nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, válido a partir desta quarta-feira, o sinal negativo para WTI e Brent na sessão não deixou de ser benéfico para as ações da Petrobras, na medida em que contribui, também, para reduzir a defasagem entre os preços domésticos e as cotações internacionais da commodity. Mas Petrobras, sozinha, não fez o verão, e o Ibovespa iguala agora o feito do intervalo de 26 de maio a 11 de junho de 1970, há mais de 53 anos, quando também cedeu por 12 sessões seguidas.

Na ponta do Ibovespa nesta quarta-feira, destaque para IRB (+11,86%), Magazine Luiza (+7,22%) e Via (+5,92%), com Natura (-8,90%), Hapvida (-5,78%) e Alpargatas (-4,98%) no canto oposto. Entre os grandes bancos, BB ON foi a exceção positiva, em alta de 0,86% no fechamento, com perdas que chegaram a 1,46% (Bradesco ON) no fim do dia. Vale ON também fechou em baixa, de 0,39%, com perdas no mês que se encaminham para 10% (até aqui, -9,48% em agosto, cedendo 4,43% na semana).

Até a piora no fim da tarde, a recuperação desta quarta vinha sendo “muito condicionada por preço dos ativos, especialmente no setor de commodities”, mas a perspectiva à frente ainda é “nebulosa”, com “muitos fatores de incerteza ainda no horizonte, externo como também doméstico”, observa Gustavo Harada, líder da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

Dólar fecha estável cotado a R$ 4,98

Após ensaiar uma queda firme pela manhã, quando registrou mínima a R$ 4,9510, e operar em baixa ao longo da maior parte da tarde, o dólar tocou pontualmente o terreno positivo nos últimos minutos da sessão e acabou terminando o dia cotado a R$ 4,9864, praticamente estável (-0,01%). A moeda apresenta ganhos de 1,68% na semana e de 5,43% no mês.

A perda de fôlego do real se deu em meio à deterioração do ambiente externo, com aprofundamento das perdas das bolsas em Nova York e avanço mais forte das taxas dos Treasuries na esteira da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Principal par da moeda brasileira, o peso mexicano, que parecia escapar do sinal predominante da alta da moeda americana lá fora, também sucumbiu no fim da tarde.

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