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Inflação pode chegar a 5,5% em 2023, com alta dos preços das commodities

Segundo relatório do Banco Safra, o cenário base é de um câmbio a R$ 5,10 e o preço do barril de petróleo no patamar de US$ 80 ao final do ano

carrinho de supermercado

Se houver surpresas baixistas no preço dos alimentos, o IPCA poderia ter variação ainda menor, chegando a 4,75%, informa o Safra | Foto: Getty Images

A variação favorável dos preços de commodities e da taxa de câmbio embasam a atualização de estimativa de inflação para este ano do Banco Safra.

Em relatório macroeconômico semanal, a instituição projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2023 no patamar de 5,5%.

O cenário base do banco considera a cotação do dólar em R$ 5,10. Além disso, a instituição leva em conta também o preço do barril de petróleo tipo Brent (referência mundial) a um patamar de US$ 80.

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Em um cenário alternativo em que os patamares atuais da moeda americana (R$ 4,80) e do Brent (US$ 75/barril) sejam mantidos, a inflação pode ir para perto de 5%, segundo o Safra.

Conforme a instituição, se houver surpresas baixistas no preço dos alimentos, o IPCA poderia ter variação ainda menor, ficando abaixo do limite superior de 4,75% da banda de tolerância da meta de inflação para 2023.

Inflação em 2024

No relatório, o Safra explica que uma taxa de câmbio mais favorável também afeta a projeção para o IPCA no próximo ano, que atualmente é de 3,4%.

“A inércia inflacionária influencia a alta de preços no ano seguinte, efeito que será atenuado caso a inflação de 2023 fique perto de 5%”, diz o banco.

A esse fator benigno, os analistas do banco explicam que se pode somar a hipótese de o câmbio ficar no patamar atual, ao invés de convergir para os R$ 5,20 até o final do próximo ano.

Isso reduziria em 20 pontos bases (0,20 ponto percentual) a previsão de 3,4% para a inflação de 2024.

Por fim, o banco também traz uma projeção que considera menos provável. Caso o câmbio se acomode em R$ 4,50, a previsão é de que o IPCA poderia ficar perto de 2,5% no ano que vem.

Essa redução se daria pela “influência da variação muito modesta do preço dos alimentos, assim como daquela dos bens industriais, e de alguns preços administrados, como o da gasolina”.

Por outro lado, o Safra diz que o impacto do câmbio nesses mesmos componentes poderia levar o IPCA de 2024 até 4,3%, caso a taxa de câmbio média fique em R$ 5,50 no ano que vem.

Por fim, o Safra alerta que os cenários mais favoráveis ao controle inflacionário podem sofrer com riscos altistas, o fenômeno natural El Niño e de outros eventos climáticos, ou da exacerbação da demanda doméstica por conta de políticas de governo, como subsídios em preços de bens ou serviços ou nos juros para a aquisição desses bens e serviços.

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