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Joaquim Levy projeta crescimento do PIB de 2,5% em 2024

Diretor de Estratégia Econômica do Banco Safra acredita que a evolução da economia no próximo ano virá pela expansão do crédito e consumo

Joaquim Levy diretor Banco Safra

O diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra, Joaquim Levy, afirma que a economia brasileira pode crescer 2,5% “ou mais” em 2024, expansão que será impulsionada por crédito, exportação e investimentos.

“O governo criou o programa Desenrola para diminuir a inadimplência e isso coloca mais pessoas em condições de crédito, o que resulta na expansão da renda no ano que vem muito significativa. Consequentemente, permitirá um crescimento do consumo de 2,5% ou até mais”, explica Levy na edição de junho do Safra Report.

E qual o impacto do aumento do consumo no PIB?

Segundo Levy, pode melhorar a confiança do empresário. O executivo ressalta que o consumo representa 75% do Produto Interno Bruto (PIB). Por conta disso, o empresário quando vê o consumo forte, a inflação baixa e os juros caindo confia mais na recuperação da economia.

“Esta mudança é suficiente para inverter o quadro de investimento no país. Se o consumo cresce na casa 2,5%, investimento em torno de 3%, e a exportação líquida de commodities em cerca de 2,5%, vamos ter uma alta do PIB da ordem de 2,5% e pode ser até mais”, complementa.

O crescimento econômico estimado para 2024 é bem diferente da alta que deve ocorrer neste ano, como explica o executivo. Em 2023, a expansão da economia está ligada à parte fiscal. Já em 2024, o PIB será impulsionado pelo crédito e consumo.

“É o que gera arrecadação. Quando se compra um bem ou se vai ao restaurante, a pessoa paga bem mais imposto do que quando há aumento de exportação, que é isenta de tributos. Ao crescer 2,5%, isso vai fortalecer o lado fiscal e fazer com que o governo cumpra o arcabouço com alguma folga”, afirma.

Risco de aumento da inflação

Se o governo se empolgar e criar medidas para acelerar o crescimento econômico pode haver riscos para a economia do país. “O PIB potencial deve crescer na velocidade de cruzeiro. Qualquer coisa que passe alguma disso (entre 2,5% e 3%), pode causar pressões na produção e no mercado de trabalho, o que pode aumentar a inflação”.

Se isso ocorrer, o Banco Central pode, novamente, precisar frear o consumo. “Então, o grande segredo para o ano que vem é saber deixar a economia se recuperar sozinha sem o governo querer fazer muita intervenção”, complementa Levy.

Com a aceleração da economia, 2024 pode ser muito bom para todas as atividades. “Todo mundo pode ter lucro. Se fizermos a conta como o crédito vai evoluir, a confiança do empresário vai crescer, quais os serviços vão conseguir responder, o que está mais ou menos claro nas exportações, ficamos com um panorama interessante e robusto”, finaliza o executivo e ex-ministro da Fazenda.

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