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Mercado repercute tom “hawkish” do Copom nesta quinta-feira

Copom manteve juros no patamar de 13,75% ao ano mas, no comunicado, não indicou o início do ciclo de alívio monetário como o mercado esperava

Prédio do Banco Central

Segundo o Copom, a conjuntura atual segue demandando cautela e parcimônia | Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil

Nesta quinta-feira, a decisão sobre juros tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ainda deve mexer com o mercado. Ontem, o Copom decidiu manter, pela sétima reunião seguida, a taxa básica de juros, Selic, em 13,75% ao ano, patamar no qual está desde setembro de 2022.

“O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o comunicado.

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Segundo o Comitê, a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia.

“O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, informou o comunicado. 

A decisão já era esperada pelo mercado, mas o tom do comunicado colocou dúvidas nos investidores quanto ao início do ciclo de baixa dos juros. “Chama a atenção no comunicado o fato de o comitê ainda não sinalizar que teremos corte de juros na próxima reunião, o que vai contra o que o mercado esperava e revela o tom hawkish do comunicado. Mas, o cenário atual está melhor que o esperado e isso deve se materializar em corte em algum momento no ano de 2023”, disse Idean Alves, da Ação Brasil Investimentos.

No cenário político nacional, o mercado também deve repercutir a aprovação no Senado do projeto do arcabouço fiscal no final da noite de ontem, por 57 votos a favor e 17 contra.

A versão aprovada pelos senadores traz mudanças em relação ao texto que veio da Câmara dos Deputados. Durante a tramitação da matéria na casa legislativa, o relator, senador Omar Aziz acatou sugestões de colegas para ampliar o rol de exceções à regra que estabelece um limite para o crescimento das despesas públicas de um ano para o outro − movimento que já havia sido anunciado dias atrás. O texto, agora, retorna para a Câmara dos Deputados.

Outro fator que deve movimentar o mercado por aqui e no exterior é uma nova participação do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, no Senado dos Estados Unidos. Ontem, o dirigente deu o seu depoimento na Câmara derrubou os mercados na véspera, ao mencionar que novas altas das taxas de juros podem vir este ano.

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