Minério de ferro cai à espera de novas medidas da China para conter especulação

Os preços do minério de ferro acentuaram a queda no mercado à vista, um dia após a invasão russa na Ucrânia e na esteira do recuo nas negociações dos contratos futuros.  O minério com 62% de teor de ferro, referência mundial, caiu 1,95% no porto chinês de Qingdao nesta sexta-feira para US$ 134,54 a tonelada.  

Na Bolsa de Mercadorias de Dalian, também na China, o contrato futuro de minério mais negociado para entrega para maio recuou 3,2% em relação ao preço de fechamento de quinta-feira, chegando a 703 yuans (US$ 111) por tonelada.

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Os contratos futuros de swaps de minério de ferro na Bolsa de Cingapura também caíram acentuadamente no dia. O contrato de março, que é mais negociado, apresentou declínio de US$ 1,97 por tonelada, para US$ 138,77 por tonelada.

Segundo a publicação especializada Fastmarkets MB, o sentimento geral do mercado é de cautela depois que a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC) anunciou esta semana que estaria explorando novas medidas para conter a especulação sobre o preço da principal matéria-prima do aço. Minério de ferro pode chegar a US$ 130 a tonelada este ano

Minério de ferro pode chegar a US$ 130 a tonelada este ano

Para Rafael Foscarini, da Belo Investment Research, a pressão do governo chinês para acabar com a especulação nos preços e forçar as siderúrgicas e traders a usar os estoques tem surtido efeito.

“A pressão do governo foi muito maior que a pressão da demanda”, disse Foscarini. “Até os estoques serem reduzidos terá interferência da autoridade chinesa.”

O último dado disponível, do dia 11 de fevereiro, mostra que há 156 milhões de toneladas em estoques no país, o maior em três anos. “Para o ano, ainda acredito que o preço médio do minério de ferro deva ficar em torno de US$ 130 a tonelada, pois, haverá mais pressão da demanda.”

Já o petróleo, pressionado ainda pelo conflito na Ucrânia, abriu a sessão desta sexta-feira em alta. O tipo Brent, o referência mundial, chegou a bater US$ 100,12 o barril, com evolução de 1,05% em relação ao preço do primeiro dia de invação russa.