close

Alimentos e bebidas voltam a subir após cinco meses de deflação

IPCA-15 registra alta de 0,33%, com impacto de alimentação e bebidas, despesas pessoais e transportes

previa inflação novembro ipca-15

A maior variação (0,82%) e o maior impacto (0,17 p.p.) vieram de Alimentação e bebidas | Foto: Getty Images

Após registrar cinco meses seguidos de deflação, o preço de alimentação e bebidas voltou a subir pela prévia da inflação oficial no país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), com alta de 0,82% em novembro. O grupo respondeu por 0,17 ponto percentual da elevação de 0,33% do IPCA-15 no período, pouco mais da metade (51,5%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os preços de alimentação e bebidas vinham de cinco quedas seguidas: junho (-0,51%), julho (-0,40%), agosto (-0,65%), setembro (-0,77%) e outubro (-0,31%). A safra recorde, com aumento da oferta de alimentos, contribuiu para a deflação dos alimentos nesses meses.

Em novembro, os dois subgrupos de alimentação e bebidas registraram aumento. A alimentação no domicílio registrou acréscimo de 1,06% em novembro, também após cinco quedas consecutivas, enquanto a alimentação fora do domicílio avançou 0,22%.

Entre os alimentos consumidos em casa, as maiores pressões para a alta de preços vieram de cebola (aumento de 30,61% no preço, com impacto de 0,04 ponto percentual), batata-inglesa (14,01%, influência de 0,02 ponto percentual) e arroz (2,60%, também impacto de 0,02 ponto percentual). Também registraram alta de preços itens como frutas (2,53%), carnes (1,42%), contrafilé (2,34%) e frango em pedaços (1,60%), por exemplo. Por outro lado, caíram os preços de feijão-carioca (-4,25%), leite longa vida (-1,91%) e queijo (-1,33%).

Na alimentação fora do domicílio (0,22%), refeição (0,22%) e lanche (0,35%) tiveram alta.

IPCA-15: principais pressões de preços em novembro

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta em novembro. A maior variação (0,82%) e o maior impacto (0,17 p.p.) vieram de Alimentação e bebidas. Os grupos Despesas pessoais (0,52%) e Transportes (0,18%) também registraram alta e contribuíram com, respectivamente, 0,05 p.p. e 0,04 p.p. No lado das quedas, o grupo Comunicação (-0,22% e -0,01 p.p.) recuou pelo terceiro mês consecutivo. As demais variações ficaram entre o 0,03% de Educação e o 0,55% de Vestuário.

Saiba mais

No grupo Alimentação e bebidas (0,82%), a alimentação no domicílio subiu 1,06% em novembro, após cinco quedas consecutivas. Contribuíram para esse resultado as altas da cebola (30,61%), batata-inglesa (14,01%), arroz (2,60%), frutas (2,53%) e das carnes (1,42%). Já os preços do feijão-carioca (-4,25%) e do leite longa vida (-1,91%) caíram. A alimentação fora do domicílio (0,22%) registrou resultado similar ao de outubro (0,21%), por conta do subitem refeição (0,22%), que apresentou a mesma variação do mês anterior. Já o lanche (0,35%) registrou alta, após queda de 0,11% em outubro.

O grupo Despesas pessoais (0,52%) apresentou resultado superior ao do mês anterior (0,31%), influenciado pelas altas do pacote turístico (2,04%), da hospedagem (1,27%) e do serviço bancário (0,63%). No grupo dos Transportes (0,18%), o subitem passagem aérea subiu 19,03% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,16 p.p.). O subitem táxi também apresentou alta, de 2,60%, devido aos reajustes de 20,84% em Porto Alegre (16,67%), a partir de 9 de outubro, e de 6,67% em São Paulo (3,76%), a partir de 28 de outubro. O subitem ônibus urbano (-1,35%) sofreu reajuste de 6,12% em Salvador (0,44%), em 13 de novembro.

Em combustíveis (-2,11%), houve queda no etanol (-2,49%), na gasolina (-2,25%) e no gás veicular (-0,57%), enquanto o óleo diesel (1,12%) subiu. Ainda em Transportes, em função da gratuidade nos transportes metropolitanos concedida a toda a população de São Paulo (0,65%), nos dias de realização das provas do ENEM (05/11 e 12/11), foi registrada a redução de 6,25% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público.

Reajuste da conta de luz pesa no IPCA-15 de novembro

No grupo Habitação (0,20%), o resultado de energia elétrica residencial (0,42%) é decorrente de reajustes em três áreas de abrangência do índice: de 9,65% em Brasília (6,70%), a partir de 22 de outubro; de 5,91% em Goiânia (7,41%), a partir de 22 de outubro; e de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas em São Paulo (-0,03%), a partir de 23 de outubro. Já alta da taxa de água e esgoto (0,45%) é decorrente de reajustes em duas áreas: de 14,43% em Fortaleza (7,67%), a partir de 29 de outubro e de 6,75% em Salvador (2,23%), a partir de 25 de setembro.

Gás encanado (0,13%) também apresentou alta por conta do reajuste de 0,92% no Rio de Janeiro (0,42%) a partir de 01 de novembro. Quanto aos índices regionais, nove áreas tiveram alta em novembro. A maior variação foi registrada em Brasília (0,61%), por conta das altas da passagem aérea (13,47%) e da energia elétrica residencial (6,70%). Já o menor resultado ocorreu em Salvador (-0,12%), influenciado pela queda nos preços da gasolina (-4,00%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de outubro e 14 de novembro (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de setembro a 13 de outubro (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Abra sua conta no Banco Safra.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra