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Bolsa cai 4,34% na semana com ruído político na transição

O debate político sobre os gastos públicos em 2023 afeta as ações da Petrobras e derruba o Ibovespa, em meio às altas de juros nos principais mercados do mundo

Gráfico do mercado financeiro

Sentimento do mercado na semana foi de cautela diante do risco de recessão mundial e preocupações com a política no Brasil | Foto: Getty Images

Em uma semana em que o risco fiscal no Brasil e o temor de uma recessão mundial tomaram conta das análises dos investidores, o Ibovespa fechou em queda de 4,34%, aos 102.855 pontos. A semana foi marcada pelas articulações políticas em torno do novo governo e pelo adiamento da votação da PEC da transição na Câmara.

Em dezembro, a Bolsa acumula queda de 8,56%. Desde janeiro, a queda é de 1,88%. Nesta semana, o que puxou a queda do Ibovespa foram os papéis da Petrobras, que sofreram por causa da mudança na Lei das Estatais. No A mudança foi aprovada na Câmara na quarta-feira, mas só deve ser votada no Senado em 2023. As ações da estatal despencaram 10,76% (PETR4) e 10,98% (PETR3).

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Entre as maiores quedas da semana estão a Gol, com queda de 15,80%, Magazine Luiza, que recuou 15,71% e Natura, que caiu 13,53%. “O cenário macroeconômico ruim nesta semana afetou a curva de juros futuro o que pesa nos papéis de empresas locais”, disse Cauê Pinheiro, estrategista do Banco Safra.

As ações que mais subiram no Ibovespa na semana

Poucas ações terminaram a semana em alta. Um delas, a PetroRio, se beneficiou com o fluxo vindo de Petrobras, com os investidores apostando em papéis de petroleiras para se beneficiar da alta do Brent.

A PetroRio subiu 5,05% na semana em que o petróleo subiu 3,9%, sendo negociado a US$ 79,04 o barril. Além da petroleiras, Minerva e Marfrig também subiram, 7,26% e 2,38%, respectivamente.

“Acredito que Minerva esteja se beneficiando de bom ciclo de gado no Brasil e da sua característica de empresa exportadora”, disse Pinheiro.

Dexco e SLC Agrícola completam o ranking dos melhores desempenhos da semana, com altas de 5,97% e 3,53%, respectivamente.

“O mercado acompanha o julgamento no STF do orçamento secreto, pois se for julgado inconstitucional, a PEC da transição pode não ir para a frente, o que poderia ser positivo para o mercado, pois o novo governo seria forçado a passar o orçamento via medida provisória”, disse, Apolo Duarte, da AVG Capital. “Acredita-se que, dessa forma, os gastos públicos em 2023 seriam menores, mas ainda assim temos muito ruído político. É difícil fazer um prognóstico dessa situação”, acrescentou.

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