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Rodrigo Teixeira e Paulo Picchetti: quem são os indicados de Haddad para o Bacen

Novos diretores de assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos assumem em dezembro, se forem aprovados pelo Senado

Fernando Haddad ministro

O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (30/10) por Fernando Haddad, ministro da Fazenda | Foto: Getty images

Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira são os indicados para a diretoria do Banco Central (Bacen). O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (30/10) por Fernando Haddad, ministro da Fazenda.  

Os selecionados serão submetidos a sabatinas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Se Pichetti e Teixeira forem aprovados, Lula terá indicado quatro dos oito diretores da autoridade monetária. O grupo decide, entre outros temas, o patamar dos juros. 

Rodrigo Teixeira foi indicado para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta para suceder Maurício Moura. A diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, atualmente com Fernanda Guardado, passa a Paulo Pichetti.  

Caso tenham os nomes aprovados pelo Senado, os economistas passam a fazer parte da equipe de oito diretores do Bacen em dezembro, quando vence o mandato dos dois atuais diretores. 

Quem são Rodrigo Teixeira e Paulo Picchetti? 

Rodrigo Teixeira é funcionário de carreira do Banco Central há mais de 20 anos e tinha o nome circulando como possível indicação desde a última semana. Atualmente é secretário especial adjunto de análise governamental na Casa Civil. 

Teixeira é professor do Departamento de Economia da PUC-SP e mestre e doutor em economia pela Universidade de São Paulo. Fez parte da administração Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo entre 2013 e 2015, quando foi subsecretário de Gestão na Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão. 

Paulo Picchetti é mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor pela Universidade de Illinois (EUA). É professor na Escola de Economia da FGV e, segundo destacado por Fernando Haddad no anúncio, passou por IBRI e Fipe. 

Como ponto em comum, os dois indicados têm experiências com inflação em seu histórico profissional.   

Diretores são indicados em cenário turbulento 

A lei que deu autonomia administrativa ao Banco Central, sancionada em 2021, dá aos diretores e ao presidente da instituição um mandato definido em lei. Com isso, mudanças só podem acontecer ao fim do prazo. É o caso do presidente, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com mandato até o fim de 2024.

O presidente Lula, desde que assumiu o cargo, teve alguns atritos com o Bacen. Durante o ano, fez algumas críticas recentes ao patamar da taxa básica de juros, que, na sua avaliação, desaceleram a geração de empregos, renda e o crescimento da economia. A taxa Selic começou um corte em agosto e terá outra reunião na quarta-feira, quando mais 0,5 ponto deve ser cortado. 

Saiba mais: 

Entre as atribuições do Banco Central, o controle da inflação está entre as principais. Há um sistema de metas no Brasil e o Bacen e seus diretores devem zelar por eles –e, entre a taxa básica de juros da economia, a Selic é o principal instrumento utilizado pela instituição.  

Mais recentemente, Lula falou sobre a dificuldade de cumprir a meta de fechar o rombo nas contas públicas e atingir o “déficit zero” em 2024. A declaração revela que o governo vem encontrando dificuldades maiores do que imaginava para cumprir sua meta e repercutiu mal no mercado financeiro e em setores da política federal. Em 2023, o déficit deve ficar em torno de R$ 140 bilhões. 

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