Argentina anuncia pacote de medidas econômicas e Banco Central eleva juro para 97% ao ano
Enquanto negocia com o FMI, Argentina baixa pacote de medidas para reativar atividade e e taxa de juros sobe 600 pontos-base
15/05/2023O Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou nesta segunda-feira, 15, elevação de 600 pontos-base na taxa básica de juros do país. A taxa de juro nominal anual das Letras de Liquidez (Leliq) em 28 dias, com isso, subiu a 97% ao ano. Em comunicado, a instituição também informa que, para incentivar a poupança em pesos, elevou a taxa de juros mínima garantida sobre os prazos fixos das pessoas físicas.
Houve uma redução de 2 pontos porcentuais na taxa para financiamento de saldos em haver de cartões de crédito para pessoas físicas, a partir de junho, de 88% a 86% da taxa nominal anual (TNA). As taxas de Linhas de Financiamento para o Investimento produtivo de pequenas e médias empresas mantêm a condição de linhas subsidiadas, aponta o texto.
O BCRA diz que, em abril, a inflação ao consumidor foi impulsionada pela aceleração no núcleo dos preços. Já entre preços regulados houve desaceleração.
O BC argentino afirma que busca garantir retornos reais positivos sobre os investimentos em moeda local, além de atuar “de maneira imediata para evitar que a volatilidade financeira atue como motor das expectativas de inflação”.
A mais recente elevação nos juros da Argentina ocorre um dia após o governo local anunciar medidas econômicas para tentar conter o aumento de preços, dias após a inflação voltar a acelerar.
Ministério da Economia anuncia pacote de medidas para conter inflação na Argentina
O Ministério da Economia da Argentina anunciou no domingo, 14, um conjunto de medidas para conter a inflação no país, reativar os negócios e frear a dolarização das transações locais. Entre as decisões estão a subida das taxas de juros, a maior liberdade para o Banco Central controlar a moeda estrangeira, e a aceleração de acordos com o Fundo Monetário internacional (FMI).
Outras iniciativas devem ser anunciadas ao longo da semana. O Ministério da Economia da Argentina informou que o Banco Central aumentará “a intervenção no mercado de câmbio e administrará o ritmo do rastreamento” da desvalorização progressiva do peso argentino.
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A pasta também anunciou a aceleração dos acordos com o FMI, os swaps da China (o ministro da Economia, Sergio Massa, viajará a Pequim no dia 29 de maio) e a tratativa de garantias com o bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para importações e câmbio com o Brasil.
Haverá incentivos para sustentar o nível de consumo interno através da promoção do consumo de produtos de origem nacional, como a diminuição das taxas de juro dos cartões de crédito ou o aumento das restituições a setores considerados vulneráveis.
Argentina tenta sustentar nível de atividade econômica com pacote de medidas
Também haverá medidas para sustentar o nível de atividade econômica da Argentina, como desoneração fiscal para pequenas e médias empresas, eliminação de tarifas e geração de regulamentos de dumping e proteção para melhorar a competitividade, além de reduzir os preços das importações de determinados produtos.
A aprovação para importação de bens de capital será acelerada e uma nova Unidade de Análise de Operações Comerciais será criada para coordenar com outras agências nacionais e responder de forma mais rápida a aumentos e variações de preços, agilizar o comércio exterior, entre outras medidas. (AE)