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Bolsa está perto do ponto de inflexão: veja como se posicionar para surfar na queda dos juros

Especialistas do Banco Safra analisam a perspectiva de inversão de tendência e valorização da Bolsa de Valores com a proximidade do início do ciclo de queda dos juros

Papo de Especialista

Ciclo de corte dos juros pode começar a partir do mês de junho, o que pode “disparar o gatilho” para a valorização da Bolsa | Foto: Reprodução

O Ibovespa encontra-se perto de um ponto de inflexão, quando pode começar a alcançar valorização maior após um ano e meio em que ficou flutuando de lado ou em queda, pressionada pela pressão dos juros elevados. O assunto é analisado por dois especialistas do Banco Safra, Cauê Pinheiro e Luiz Peçanha, no programa Papo de Especialista.

O início do ciclo de corte dos juros pode começar a partir do mês de junho, o que deve “disparar o gatilho” para a valorização da Bolsa, interrompendo o fluxo dos investidores locais que migraram para outras classes de ativos. Fundos multimercados, por exemplo, que tem uma parcela relevante de ações, tiveram saque de cerca de R$ 125 bilhões no último um ano e três meses. Fundos de ações perderam R$ 90 bilhões. Esses recursos foram para renda fixa e outros ativos, explica Cauê Pinheiro.

“Com a taxa Selic em 13,75%, o juro real está em torno de 8%, o que é muito alto e o investidor consegue capturar esse ganho sem correr risco”, comenta o estrategista. Com a queda da taxa básica de juros esse ganho tende a cair, o que vai obrigar o investidor a buscar outras alternativas de risco para manter a rentabilidade da carteira, o que deve favorecer a Bolsa de Valores. “Estamos próximos desse momento”, afirma Cauê Pinheiro.

Outro aspecto que favorece o mercado de ações é que a queda dos juros favorece os resultados das empresas, e além disso passa a favorecer a atividade da economia após um período de aproximadamente seis meses, o que tende a dar impulso às empresas mais ligadas ao mercado doméstico.

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Queda de juros tende a favorecer valorização da Bolsa

Nas análises gráficas é possível ver que a taxa Selic interfere diretamente na relação entre o preço e o lucro (valuation) da Bolsa. A simples indicação por parte do Banco Central de que o corte dos juros está próximo já favorece a valorização das ações, comenta Pinheiro.

O setor de construção é o que sofre mais impacto da alta de juros, por causa do custo elevado dos imóveis. É o que deve ser mais beneficiado com o ciclo de queda dos juros. “As empresas percebem a redução das vendas e reduzem os lançamentos, por causa da queda do retorno”, comenta Luiz Peçanha.

O segmento de baixa renda reúne as empresas que trabalham no segmento da baixa renda. O programa tem taxas de juros subsidiadas, por isso sofreu menos com a alta da Selic. As construtoras Plano&Plano, Direcional e Cury, por exemplo, estão registrando performance positiva e estão entre as recomendações atuais do Safra. Outras empresas desse segmento, como a MRV e Tenda, mesmo atuando nesse segmento, sofreram com a alta dos custos de construção, pois atuam nas áreas de renda mais baixa e não conseguiram repassar os aumentos de custo. Quando os juros começarem a cair, as empresas que atuam nas faixas de renda mais alta devem ser mais favorecidas, pois sofreram mais com os juros altos, como a Cyrela, Even, Moura, Mitre e outras.

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