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Para Fábio Barbosa, ações sustentáveis garantem lucro a longo prazo

Integrante de conselhos de administração de grandes empresas, executivo diz que Brasil tem enorme potencial no mercado de créditos de carbono

Entre as companhias das quais Fábio Barbosa faz parte do conselho estão Ambev, Natura e Itaú Unibanco

O Brasil tem um grande potencial no mercado de créditos de carbono, que em mercados desenvolvidos, como o europeu, já movimenta trilhões de dólares em recursos. A opinião é do executivo Fábio Barbosa, membro do conselho de administração de empresas como Ambev, Natura e Itaú Unibanco.

Ele defende a iniciativa privada brasileira sobre as questões ligadas à sustentabilidade, em entrevista da série Cenários, realizada pelo Safra e pelo Estadão. Membro conselho da Fundação das Nações Unidas, ele afirma que as empresas brasileiras estão avançando em ações que visam a proteção da Amazônia e no rastreamento de seus fornecedores para que estejam em linha com as normas sustentáveis.

Recentemente, o governo do Rio de Janeiro anunciou uma parceria com a Nasdaq, de Nova York, para a criação de uma bolsa de valores de carbono no Estado.

“O Brasil é um grande emissor de carbono devido ao desmatamento ilgela, mas nossa matriz (energética) é limpa. A Europa e EUA têm matrizes sujas e precisam reduzir ou compensar esse carbono. Além de reduzir o desmatamento ilegal, o País é o único que tem extensão para promover o reflorestamento e absorver carbono em grandes quantidades, vendendo os créditos para outras nações”.

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Segundo Fábio Barbosa, esse trabalho acompanha a mudança de comportamento e visão de três grandes grupos de agentes econômicos: consumidores, investidores e trabalhadores.

“Os consumidores mudaram seu comportamento, principalmente os jovens, que querem saber de onde vem cada coisa que eles consomem. Tem o ponto do investidor, onde também há jovens que não querem investir em empresas que desmatam, por exemplo. E o terceiro ponto são os talentos. As pessoas querem trabalhar numa empresa que comungue com a visão sustentável”.

Nesse sentido, Fábio Barbosa destaca que as empresas, em sua maioria, têm aderido em massa às ações de cunho ESG (sigla em inglês para ambiental, social e de governança) tanto por convicção quanto por conveniência.

Porém, há as companhias que acabam por entrar na questão verde pela via do constrangimento, uma vez que “o movimento é irreversível e crescente”, de acordo com Barbosa.

“O objetivo da empresa não é maximizar o lucro daquele ano, mas perenizar o lucro. As empresas que não estiverem atentas, vão ficar fora do mercado”.

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Fiscalização e créditos de carbono

Na visão do executivo, para que o Brasil tome de vez a frente da corrida para se tornar uma potência sustentável é necessário criar um órgão regulador que apoie na fiscalização do cumprimento de padrões ESG nas corporações em território nacional.

Isso ajudaria a diminuir ainda mais o processo de greenwashing, quando uma empresa cria uma narrativa de sustentabilidade sobre uma ou mais atividades, mas realiza o contrário.

"Não tem mais on e off, a empresa está on o tempo todo. Quando a empresa diz que vai fazer alguma coisa, é bom ela fazer. Várias estratégias que eram greenwashing vão se desmontando. À medida que a empresa entra nisso e fala publicamente, ela vai se colocando num beco sem saída, o que é ótimo", disse Barbosa.

A conversa completa com Fábio Barbosa pode ser assistida pelo vídeo no canto superior à direita. Todas as entrevistas da série Cenários podem ser assistidas aqui.

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