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Onde comprar créditos de carbono? Europa concentra oportunidades

Cerca de 90% das negociações de créditos de carbono são feitas na Europa; saiba como investir neste mercado que registra valorização de 874% em oito anos

McKinsey projeta Brasil protagonista e mercado potencial de US$ 50 bilhões em 2030 | Foto: Getty Images

McKinsey avalia que o Brasil pode ser protagonista neste mercado com potencial de US$ 50 bilhões em 2030 | Foto: Getty Images

A importância dos critérios de proteção ao meio ambiente, inclusão social e governança (ESG, na sigla em inglês) estão cada vez mais presente no mundo dos negócios. No universo dos investimentos, não poderia ser diferente. Os créditos de carbono são uma opção para fomentar a descarbonização e surgem como uma moeda sustentável comum, rentável e acessível às pessoas físicas.

Os créditos de carbono surgem em um contexto em que as mudanças climáticas e as emissões de gases que geram o aquecimento global estão cada vez mais nos holofotes. No Brasil, 2023 foi marcado por recordes de temperaturas em diversas capitais e um número inédito de ondas de calor.

Em um planeta cada vez mais quente, os créditos de carbono são uma segurança de que países e empresas devem perseguir suas metas ESG, abrindo oportunidades de investimentos para quem se interessa por investir com preocupação em contribuir para o meio ambiente.

O que são créditos de carbono?

Créditos de carbono são uma unidade de medida correspondente a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (t CO2e). Os créditos são certificados por instituições e empresas especializadas e conferem aos detentores o direito de comercializar estes bônus de redução de emissões.

Os créditos de carbono foram definidos em 1997, com a assinatura por 192 países do Protocolo de Quioto, no Japão. O tema ganhou força e evidência em 2015, a partir do Acordo de Paris, durante a COP-21 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Europa é pioneira e reúne mais oportunidades

O continente europeu é referência em sustentabilidade empresarial e tem as regras e penalidades mais severas no caso de descumprimento das metas pré-estabelecidas. Essas negociações são organizadas em torno do EU Emissions Trading System (EU-ETS).

Saiba mais

A edição de maio de 2023 do relatório “Estado e Tendências da Precificação do Carbono”, do Banco Mundial, indicou um recorde na receita nos preços globais de carbono, com um valor próximo de US$ 95 bilhões. Para a Safra Asset, o Market Stability Reserve (MSR), mecanismo que reduziu a oferta de crédito de carbono, acabou resultando em um aumento do preço.

Segundo a Safra Asset, os títulos futuros de carbono valorizaram mais de 700% entre 2015 e 2021, e devem seguir tendência de alta nos próximos anos. A evolução de preço de contratos de carbono, por sua vez, cresceu 874% nos últimos oito anos.

O Carbon Border Adjustment (CBAM), outro mecanismo criado para obrigar importadores da União Europeia a neutralizar as emissões pela poluição gerada na produção, devem estimular e consolidar ainda mais o mercado europeu, segundo a Safra Asset.

Dá para investir no mercado de carbono europeu?

Os investidores brasileiros contam com opções para acessar o mercado de créditos de carbono da Europa com segurança. Os fundos de investimento da família Safra Direct Carbono, do Banco Safra, investem na compra de permissões de carbono negociadas entre empresas do continente, que representa 90% do mercado global.

Há duas versões do produto: com ou sem exposição cambial ao dólar. No caso do fundo com variação cambial, o Safra Direct Carbono USD, o risco cambial é apenas o do dólar americano. O Safra Direct Carbono Reais mostra um rendimento duas vezes maior que o CDI no recorte de 12 meses.

Rentabilidade tende a crescer

A limitação de free alowances de créditos de carbono (em tradução livre, “créditos de carbono de graça”) devem ser vistas nos próximos anos e geram uma pressão positiva no preço desses ativos pelo lado da oferta – garantindo, também, que os impactos ambientais sejam minimizados.

Outro fator de valorização são algumas demandas obrigatórias impostas a países e empresas, já com datas pré-estabelecidas. Estima-se que países e empresas têm um teto de emissão anual de CO2 e a meta é de 55% de redução até 2030 com neutralização em 2050. O não cumprimento sem a compensação no mercado de crédito de carbono pode levar a multas e sanções. 

Segundo a consultoria McKinsey, a demanda global por créditos de carbono pode aumentar 15 vezes ou mais até 2030, alcançando ao menos US$ 50 bilhões. Em 2050, 20 anos depois, a projeção é de até 100 vezes mais valor.

No contexto mundial, o mercado de créditos de carbono tem avançado, mesmo com a falta de regulamentação a nível mundial. Quando o primeiro relatório do Banco Mundial foi publicado, há uma década, somente 7% das emissões globais com gases de efeito estufa reguladas por um imposto ou controle sobre o carbono. Em 2020, o número subiu para 20%. Em 2023, 23% das emissões são cobertas nesse sentido.

Os fundos da família Safra Direct Carbono antecipam essa tendência de crescimento do mercado mundial e não são presos a investimentos no mercado europeu, com a possibilidade de investir em outros países a depender de suas evoluções.

No Brasil, potencial é gigante, mas país ainda engatinha

Um levantamento da consultoria McKinsey com a assessoria em mudanças climáticas Way Carbon coloca o Brasil como potencial protagonista do futuro neste mercado. Segundo o relatório, 48,7% da demanda global de crédito de carbono até 2030 poderia ser contemplada pelo Brasil.

Entre os motivos, está o de que o país tem uma a cada três árvores do planeta no território amazônico e aproximadamente 55% das florestas tropicais no mundo, segundo a Rainforest Foundation Norway.

A realidade, contudo, é bastante diferente. Atualmente, o Brasil concentra 15% do potencial global de captura de carbono por meios naturais e emite aproximadamente cinco milhões de créditos de carbono por ano. O número pode soar grande, mas representa menos de 1% do potencial anual. Há considerações e conversas sobre a regulação deste mercado no Brasil, mas nada vigente.

Há avanços em outras frentes. Em maio deste ano, o Banco Mundial e o Banco do Brasil firmaram um acordo para promover uma participação maior do setor privado nos mercados de crédito de carbono. O objetivo é expandir as fontes de financiamento verde para apoiar empresas e projetos que possam gerar créditos de carbono e reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

Conheça as boas práticas de ESG do Safra 

O Banco Safra passou a adotar rigorosas políticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Esses políticas cuidam de cada detalhe, desde a cadeia de clientes e fornecedores até para quem o banco concede crédito ou em quem investe. A missão do Safra com essa política é cuidar do legado das futuras gerações. Conheça as políticas ESG do Safra

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