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Ibovespa fecha em queda puxado pelo recuo das ações da Petrobras

Bolsa caiu 0,17%, aos 99.684 pontos afetada pela desvalorização mais forte dos papéis da estatal; índices americanos fecharam em alta

Mercado financeiro

Ibovespa se descola do exterior e perde os 100 mil pontos por força da Petrobras | Foto: Getty Images

Com piora dos papéis da Petrobras, Ibovespa inverteu a tendência e fechou em queda no pregão desta terça-feira, 21. O Ibovespa chegou a ficar boa parte da sessão em alta acompanhando os índices americanos, mas a queda da Petrobras pesou na Bolsa e esta passou a cair se descolando do movimento nos Estados Unidos.

Com isso, a Bolsa caiu 0,17% aos 99.684 pontos, perdendo os 100 mil pontos que conquistava até a parte final da sessão. Já os índices americanos avançaram com força. Dow Jones evoluiu 2,15%, S&P500 2,45% e Nasdaq, 2,51%.

Saiba mais

O imbróglio em torno do comando da Petrobras afetou o Ibovespa. Ontem, José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente-executivo e para o seu lugar assumiu, de forma interina, o diretor de Exploração e Produção, Fernando Borges.

O governo federal tenta emplacar o nome de Caio Mário Paes de Andrade, auxiliar do ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia, como presidente da Petrobras e com isso, tentar controlar mais a condução da empresa.

O nome tem que passar primeiro pelo crivo do Conselho de Administração da companhia, assim como os outros membros da direção executiva.

Além disso, os rumores em torno da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pela Câmara dos Deputados, para avaliar a política de preços da empresa ganhou força nesta segunda metade da sessão. Com isso, os papéis da Petrobras aceleraram a queda puxando o Ibovespa.

Os papéis da estatal fecharam em queda de mais de 2% nesta sessão. O PETR4 caiu 2,24% e o PETR3 recuou 1,32%.

Indicativo de juros altos também pressionou Ibovespa

Os investidores continuaram monitorando os movimentos das autoridades monetárias para controlar a inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou nesta terça-feira que manterá a condução mais austera da política monetária por mais tempo.

Na ata da última reunião do Copom, na última quarta-feira, 15, o órgão estima uma piora no cenário econômico mundial e no Brasil, o que o levará a manter a postura mais contracionista por mais tempo.

De acordo com a ata da última reunião divulgada nesta terça-feira, 21, o Copom avalia que as projeções de inflação situam-se em 8,8% para 2022, 4% para 2023 e 2,7% para 2024. Já as estimativas para a alta dos preços administrados são de 7% para 2022, 6,3% para 2023 e 3,3% para 2024.

“O Comitê avalia, com base nas projeções utilizadas e seu balanço de riscos, que a estratégia requerida para trazer a inflação projetada em 4% [para 2023] para o redor da meta no horizonte relevante conjuga, de um lado, taxa de juros terminal acima da utilizada no cenário de referência e, de outro, manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista [juros altos] por um período mais prolongado que o utilizado no cenário de referência”, informou.

Para Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, o mercado deve precificar uma alta adicional na reunião de setembro, um movimento incomum em véspera de eleição.

“O Banco Central não adota decisões de política monetária nestes períodos pois o risco e a volatilidade do país estão atrelados à política e não necessariamente às questões econômicas”, disse Abdelmalack.

Segundo ela, o principal recado da ata divulgada hoje é de que a Selic se manterá em dois dígitos no próximo ano, o que ainda não era considerado pelo Banco Central.

“Na projeção de inflação de 4% em 2023, o Copom considera uma Selic de 10%”, disse a economista. “A magnitude da redução de Selic vai ser inferior ao que o mercado projetava para garantir a convergência da inflação no próximo ano.”

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