close

Ibovespa interrompe sequência negativa recorde e fecha quase estável em alta de 0,37%

Bolsa brasileira acumula queda de 2,25% na semana, a quarta consecutiva no negativo diante do temor de mais juros nos EUA e retração na China; dólar cai 0,27% após encostar em R$ 5

Investidor

Após os 13 recuos iniciados em 1º de agosto, a Bolsa brasileira acumula perda de 5,36% no mês | Foto: Getty Images

Mesmo com a cautela ainda dando o tom aos negócios com ativos de risco – pelas incertezas em torno das economias americana e chinesa, as duas maiores do mundo -, o Ibovespa quebrou nesta sexta-feira, 18, sua mais longa sequência de perdas, na série histórica iniciada em 1968. O pregão terminou quase estável em ligeira alta de 0,37%, aos 115.408,52 pontos.

Após os 13 recuos iniciados em 1º de agosto, a referência da B3 oscilou nesta sexta dos 114.423,28 aos 115.728,91 pontos, saindo de abertura aos 114.973,40 pontos. Na semana, o índice caiu 2,25% – a quarta retração semanal consecutiva -, o que coloca as perdas do mês a 5,36%, e restringe o avanço acumulado no ano a 5,17%. Fraco, o giro ficou em R$ 21,8 bilhões nesta primeira sessão de agosto com fechamento positivo para o Ibovespa.

Saiba mais

Na B3, as ações de grandes bancos, com perdas no mês que chegam a 9,84% para Bradesco ON, subiram moderadamente nesta sexta (Bradesco ON +0,83%, Itaú PN +0,79% , BB ON +0,40%), conferindo suporte, pela ponderação do setor financeiro no índice, para que o Ibovespa fechasse a sessão com leve ganho, em dia negativo para a ação de maior peso individual na carteira, Vale ON, que encerrou em baixa de 1,11%, cedendo 4,16% na semana e 9,22% no mês, cotada agora a R$ 61,22. Em 2023, o papel da mineradora acumula perda de 27,82% – enquanto Petrobras ON e PN avançam, respectivamente, 43,47% e 52,57% no mesmo intervalo.

Petrobras e BB foram exceções positivas no Ibovespa

Em variação acanhada na sessão, Petrobras ON subiu nesta sexta 0,58% e a PN, 0,25% – ambas, como BB ON (+0,65% na semana e +41,98% no ano), foram a exceção positiva da semana entre as ações de maior liquidez, com avanço de 3,05% (ON) e de 3,14% (PN) no intervalo de cinco sessões. Na ponta do Ibovespa na sessão desta sexta-feira, Magazine Luiza (+6,38%) e Carrefour Brasil (+5,24%), com Rede D’ Or (-1,85%) e Weg (-1,76%) puxando a fila oposta.

“Tem faltado fluxo, dinheiro novo dos investidores, para a Bolsa – a exceção nesta semana foi a quarta-feira, com o exercício de opções sobre o índice que reforça o giro no dia. A queda de juros Selic foi importante, mas os movimentos de ingresso têm sido marginais, na B3, com poucos investidores se posicionado em ações, o que piorou agora, em agosto, com a retração do estrangeiro, que virou a mão devido à turbulência externa”, diz Eduardo Cavalheiro, fundador e gestor da Rio Verde Investimentos, destacando em especial a crise no setor imobiliário da China, setor com grande peso no PIB da maior economia asiática. “Está difícil para a Bolsa sair do lugar, com os juros americanos, em títulos praticamente livres de risco, subindo bastante, na faixa de 4% nos vencimentos de 10 anos, diminuindo assim a atratividade de mercados como o Brasil”, acrescenta.

China, ainda mais que Estados Unidos, pelo papel que tem na formação dos preços de commodities, como o minério, e por ser o principal destino das exportações brasileiras, continua a ser o grande ponto de interrogação deste segundo semestre. Uma boa notícia em relação à China seria um gatilho importante, que ainda pode levar o Ibovespa a fechar o ano na faixa de 125 mil a 130 mil pontos, considerando também o ritmo de corte da Selic, de meio ponto porcentual, sinalizado pelo Copom.

O mercado financeiro manteve-se dividido sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, entre alta e estabilidade, mostra o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 62,50% esperam avanço da Bolsa na próxima semana, porcentual maior do que os 40,00% da pesquisa anterior. Outros 37,50% preveem variação neutra, de 60,00% no último Termômetro. Mais uma vez, não houve respostas indicando queda.

Dólar perde força e cai 0,27% após encostar em R$ 5

Após abrir a sexta-feira, 18, em alta e registrar máxima a R$ 5,0020 o dólar perdeu força ainda no fim da manhã e operou em terreno negativo ao longo da tarde. Com mínima a R$ 4,9580, fechou cotado a R$ 4,9680, em baixa moderada, de 0,27%.

Operadores relataram entrada de fluxo comercial quando o dólar tocou R$ 5,00 e desmonte parcial de posições cambiais defensivas, além de realização de lucros no segmento futuro.

Apesar de ter recuado nesta sexta e respeitado a linha dos R$ 5,00 no fechamento nos últimos dias, a moeda encerra a semana com ganhos de 1,30% – o que leva a valorização acumulada em agosto para 5,04%. No ano, a divisa ainda acumula queda de 5,91%.

O comportamento do real esteve mais uma vez ligado à dinâmica global do mercados de moedas, marcado na segunda etapa de negócios por enfraquecimento do dólar na comparação com a maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, embora dois pares do real – peso colombiano e chileno – tenham se depreciado. As taxas dos Treasuries longos, que avançaram com força nos últimos dias, também experimentaram leve recuo, abrindo espaço para uma recomposição parcial dos ativos de risco.

Outro ponto que jogou a favor do real foi recuperação dos preços das commodities, em meio a anúncio de pacote de medidas pela China para atração de investidores estrangeiros. As cotações do minério de ferro subiram quase 3% em Dailan. Os contratos futuros de petróleo avançaram, embora de forma modesta. O tipo Brent para outubro subiu 0,80%, a US$ 84,80 o barril. Investidores estão atentos ao enfraquecimento do setor imobiliário e possível contágio no sistema financeiro internacional. (AE)

Abra sua conta no Banco Safra.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra