Produção de veículos continua em queda, mas venda diária é a melhor desde dezembro

A produção de veículos segue em marcha ré. No primeiro quadrimestre, as montadoras instaladas no Brasil fabricaram 681,6 mil unidades, um recuo de 13,6% no comparativo com janeiro a abril de 2021. A falta de semicondutores e um mercado mais fraco explicam a queda na montagem de veículos no período.

Em abril, a produção apresentou um declínio menor, 2,9%, chegando a 185,4 mil veículos. Os dados foram apresentados pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

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Para o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, poderá haver uma recuperação na produção em função da regularização no fornecimento de semicondutores para a indústria brasileira. Isso porque, de acordo com ele, 29 fábricas de chips devem entrar em operação na Ásia, Estados Unidos e Alemanha até 2023. “A oferta vai aumentar”, afirmou Leite. “Dessas, duas unidades devem começar a produzir no segundo semestre desde ano com uma capacidade interessante, o alivio para o setor virá com esses investimentos.”

As vendas nos primeiros quatro meses do ano somaram 552.9 mil veículos, um recuo de 21,4%. Em abril, os licenciamentos apresentaram queda de 15,9%, sendo comercializados 147,2 mil unidades.

Apesar da queda no quadrimestre, o presidente da Anfavea afirmou que a média das vendas diárias está em recuperação. Segundo ele, com média diária de 7,75 mil unidades em abril, a melhor desde dezembro, e no acumulado do ano, contanto os oito dias de maio, esse indicador está em 8,4 mil veículos, a mesma média apurada em 2021.

“A partir do segundo trimestre, há uma expectativa de crescimento nos licenciamentos o que pode recuperar as perdas até março”, disse Leite. “Os volumes médios vendidos por dia já foram expressivos em abril e maio também indica que devem ser bons.”

Se o mercado interno está caindo, as montadoras aumentam as exportações. Segundo os dados, as vendas externas cresceram 17,9% no quadrimestre, chegando a 152,9 mil veículos. Em abril, a alta foi de 32,3%, alcançando 44,8 mil unidades.

Leite ressaltou que as montadoras estão ganhando mercado em países que não eram tão representativos na América Latina. Segundo ele, o Chile, tirando o Brasil já figura no segundo maior mercado da região.

“Outro país que tem impulsionado as nossas exportações é a Colômbia em função dos acordos comerciais”, disse Leite. “Temos observado um aumento expressivo nas vendas para quele mercado.”

Em valores, as exportações foram mais rentáveis, com a escalada do dólar. De acordo com a Anfavea, de janeiro a abril, a receita apurada com as vendas externas somou US$ 2,93 bilhões, uma valorização de 23,5% no período. No mês passado, o faturamento cresceu 24,5% em relação a abril de 2021, chegando a US$ 802,8 milhões.