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Ibovespa tem valorização de 2,5% em abril com deflação e sinais positivos

Bolsa sobe aos 104.431 pontos, após desaceleração da inflação e melhora do ambiente macroeconômico no Brasil; confira as maiores altas e baixas na B3

Painel do mercado financeiro

Perspectiva de melhora no cenário econômico aumentou as aposta de início do ciclo de baixa dos juros e isso ajudou a Bolsa em abril | Foto: Getty Images

Em um mês marcado pela apresentação das novas regras fiscais no Congresso e pela divulgação de indicadores econômicos positivos, o Ibovespa fechou no azul. Durante o mês de abril a Bolsa avançou 2,5%, aos 104.431 pontos.

Segundo Cauê Pinheiro, estrategista do Banco Safra, a desaceleração da inflação no Brasil e a percepção de melhora do ambiente econômico, animaram o mercado financeiro.

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“A percepção de risco melhorou e com isso o mercado avalia que a taxa de juros no Brasil poderá ser reduzida a partir de agosto. O Safra estima que o ciclo de baixa da Selic deve ser iniciado em junho”, disse Pinheiro.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,84% em fevereiro para 0,71% em março. No acumulado em 12 meses, a taxa teve forte desaceleração, passando de 5,60% em fevereiro para 4,65% em março. O resultado foi o mais baixo desde janeiro de 2021, quando estava em 4,56%.

A prévia da inflação de abril (IPCA-15) também apresentou desaceleração em relação a março. O índice subiu 0,57% em abril, após alcançar 0,69% em março. 

Para Patrícia Krause, economista para América Latina da Coface, os juros devem fechar o ano em 12,75%, mas a redução da Selic deve começar apenas em setembro. “As sinalizações do Banco Central indicam que o movimento de baixa não acontecerá nas próximas reuniões, mas apenas no segundo semestre deste ano”, disse Krause.

Ela estima que o Brasil deve crescer cerca de 1% este ano, por causa dos juros altos, que limitam a evolução do PIB. “O que deve impulsionar a economia é o agronegócio. O varejo ainda é muito afetado pelos juros, pois as famílias ainda muito endividadas, indicando um sinal de alerta”, avalia krause.

As maiores altas e baixas do mês na Bolsa

Entre as maiores altas de abril no Ibovespa, os destaques ficaram com EcoRodovias, que ganhou 19,11%, Eztec, que subiu 19,29%, também apresentou boas prévias que ajudaram a impulsionar o papel.

“São Martinho subiu por uma boa melhora no preço do açúcar e CPFL por dividendos muito robustos anunciados pela companhia”, disse Pinheiro, do Safra. São Martinho ganhou 16,21% e Copel, 15,56%. Completa a lista o BTG, que avançou 19,19%.

No lado negativo, Assaí despencou 20,59%, após a perspectiva de maiores despesas nas lojas com a conversão das lojas do Extra. “Além disso, maiores despesas financeiras e expectativa de menor crescimento pela frente com a sinalização de potencial fechamento de lojas”, ressaltou Pinheiro.

O Minerva também caiu pela perspectiva de resultados fracos no curto prazo, pois o primeiro trimestre teve bloqueio de venda para a China por quase 30 dias e pela queda do dólar. O papel da empresa recuou 15,58%.

“E Carrefour caiu por problemas contábeis na operação do Big, que até geraram reembolso para a empresa. Isso levou a um maior receio quanto à integração dessa operação”, disse Pinheiro. O papel da companhia despencou 12,76%. Completam a lista a Natura, com perdas de 16,21%, e Méliuz, com 14,85%.

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