Ibovespa dispara na sexta e fecha a semana com ganho de 0,69%

Em uma semana marcada pela decisão de juros no Brasil, Estados Unidos e Europa, o Ibovespa teve uma semana de altos e baixos. A Bolsa foi influenciada pelos bons resultados financeiros de empresas e pelos preços das commodities. O índice fechou na sexta feira em alta de  2,91%, e acumulou ganho de 0,69% na semana, encerrando os negócios em 105.148 pontos.

“O otimismo vindo do exterior, principalmente dos EUA, após a surpresa positiva na divulgação dos dados do mercado de trabalho, na sexta-feira, e uma sequência de bons resultados corporativos no Brasil, foram os fatores principais para um dia de alta forte no Ibovespa na última sessão da semana”, disse Rodrigo Azevedo, da GT Capital.

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No quarta-feira, o Comitê de Política Monetária, no Brasil, e o Federal Reserve (Fed, banco central americano) divulgaram decisões sobre juros.

Os juros americanos foram aumentados em 25 pontos-base, para o intervalo de 5% e 5,25% ao ano. Em comunicado, o Fed indicou que pode “pausar” os juros neste patamar até o final do ano.

“A decisão do Fed veio dentro da expectativa do mercado, com o indicativo de pausa no ciclo de alta dos juros. O consenso era de queda de juros ainda neste ano, mas o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou quenão haverá queda em 2023”, disse Cauê Pinheiro, estrategista do Banco Safra.

Segundo ele, dado a indicação da autoridade monetária, os juros nos Estados Unidos devem se manter neste patamar até o fim do ano. “Não deve haver cortes neste ano, a não ser que haja um problema maior no setor bancário”, ressaltou.

No Brasil, o Copom manteve os juros em 13,75% ao ano. O anúncio também já era esperado pelo mercado e o foco, de acordo com Pinheiro, era o tom do comunicado após a decisão.

“O Banco Central, em tom ainda duro, indicou que não prevê queda nos juros no curtíssimo prazo, mas afirmou que é menos provável elevar a taxa daqui para frente. Isso pode ser positivo”, disse Pinheiro.

Na sexta-feira, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos anunciou que a abertura de 253 mil empregos em abril. O resultado veio acima da mediana das expectativas dos analistas do mercado financeiro, de 185 mil.

Já a taxa de desemprego recuou de 3,5 em março para 3,4% no mês passado, ante projeção de aceleração a 3,6%.

O salário médio por hora teve crescimento de 0,48% em abril, na comparação com março, e de 4,4% na leitura anual. Os dois números superaram as previsões dos analistas, de altas de 0,3% e 4,2%, respectivamente. Já a taxa de participação da força de trabalho permaneceu em 62,6% em abril.

O Departamento do Trabalho revisou a criação de empregos em meses anteriores. Em março, o número foi revisado de 236 mil a 165 mil vagas geradas, enquanto em fevereiro, o número mudou de 326 mil a 248 mil. Esses fatores fizeram com que a Bolsa tivesse uma semana de altos e baixos.

Maiores altas e baixas da semana

Entre as ações que mais subiram na semana estão empresas que apresentaram resultados favoráveis nos balanços do primeiro trimestre, como a Ultrapar, que apresentou alavancagem menor no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, e avançou 13,37% nesta semana.

Já Magazine Luiza evoluiu 14,07%, puxada pelos bons resultados da Via Varejo.

A Braskem disparou depois que a maior petroleira da Arábia Saudita, a Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), anunciou a intenção de adquirir o controle acionário da empresa brasileira por R$ 37,5 bilhões. As ações da Braskem dispararam mais de 20,06%.

Além disso, a empresa experimentou um crescimento de valor de mercado de pouco mais de R$ 5 bilhões, equivalente ao valor de mercado da Minerva, segundo o Trademap.

Completa a lista de maiores altas da semana a Dexco, que subiu 14,26%.

No lado negativo, Carrefour despencou 17,49%, após os resultados negativos do primeiro trimestre. Outra que teve um desempenho ruim no período, foi a Embraer.

A fabricante aeronáutica recuou 15,04%. “A empresa decepcionou na entrega do resultado do primeiro trimestre, pois ficaram abaixo do esperado, com entregas mais baixas”, disse Pinheiro. “Assaí divulgou balanço pior, com pressão de despesas e maiores custos financeiros.” A varejista perdeu 14,56%.

Completam a lista a Vale e a Bradespar, com perdas de 4,64% e 4,54%, respectivamente. “As ações dessas empresas caíram com o recuo do minério de ferro”, afirmou Pinheiro. A principal matéria-prima do aço recuou 4,14% na semana, cotado a US$104 a tonelada.