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Ibovespa acumula queda de 11% em junho

Após quatro baixas semanais, principal índice de ações da Bolsa brasileira é pressionado por papéis ligados a commodities. Perdas no ano chegam a 6%

Fachada da B3, bolsa de valores brasileira, em dia chuvoso com gente passando com guarda-chuva em frente, alusivo à queda em junho

As últimas sessões na Bolsa foram marcadas pela recuperação de ações do setor de tecnologia e firme correção de papéis ligados a commodities | Foto: Divulgação

Na contramão das bolsas dos Estados Unidos, o Ibovespa encerrou a semana de 20 a 24 de junho com queda acumulada de 1,1%.

Fechando aos 98,672 mil pontos, essa foi a quarta baixa semanal consecutiva do Ibovespa, principal índice de ações da B3. No mês, as perdas chegam a 11% e, no ano, as perdas são de 6%.

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As últimas sessões foram marcadas pela recuperação de ações do setor de tecnologia e firme correção de papéis ligados a commodities – justamente onde as companhias brasileiras mais valiosas atuam.

Sendo assim, Vale (-3,60%) e Petrobras (-3,73%) pesaram sobre o Ibovespa na última semana. No acumulado de junho, VALE3 e PETR4 registram desvalorização de 13,44% e 12,54%, respectivamente.

O real também refletiu o momento desfavorável, recuando 2,11% contra o dólar.

A moeda americana terminou a semana cotada a R$ 5,25, o maior nível desde fevereiro. Em junho, o dólar acumula alta de pouco mais de 11% frente ao real.

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Cenário macroeconômico

Na semana passada, por sua vez, estiveram em destaque a repercussão das polêmicas envolvendo a Petrobras, que deve ter como novo presidente Caio Paes de Andrade, indicado pelo governo federal.

Além da discussão sobre sua qualificação dele para o cargo, ventilou-se em Brasília a possibilidade sobre a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a política de preços dos combustíveis praticada pela empresa.

Adicionalmente, o meio político se articula para alterar a Lei das Estatais e, assim, ter mais controle sobre a governança da Petrobras.

O mercado também repercutiu a prévia da inflação de junho. O IPCA-15, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, registrou alta de 0,69%.

O resultado veio um pouco acima da projeção do Safra e em linha com o consenso de mercado. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 12,04%.

Outro destaque foi a divulgação da Ata do Copom. Além de entender que a Selic precisaria subir ainda mais um pouco, o Banco Central indicou que será preciso mantê-la em níveis bastante restritivos por mais tempo do que a maior parte do mercado previa.

Por fim, os discursos de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no Congresso americano confirmaram a intenção da autoridade monetária de continuar a elevar os juros para conter a inflação no país.

Isso significa que os Fed Funds, títulos do tesouro dos EUA, se tornarão cada vez mais atraentes e devem atrair mais capital estrangeiro, 'roubando' os investimentos de bolsas de países emergentes, como o Brasil.

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