Leilões e aquisições aquecem mercado de concessões rodoviárias
Nove licitações estão programas para este ano, no valor de R$ 80 bilhões, mas outros negócios movimentam o setor
21/02/2022O setor de rodovias seguirá aquecido em 2022, em vista dos leilões e aquisições que estão programados para o ano. Ao todo, são 9 licitações agendadas, que totalizam R$ 80 bilhões em investimentos, e mais 3 negociações da iniciativa privada com potencial de movimentar cerca de R$12 bilhões. As concessões rodoviárias a serem leiloadas estão localizadas nos estados do Pará, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Já as negociações de ativos no setor privado se referem (i) à participação da Andrade Gutierrez (AG) na CCR, (ii) a venda do controle acionário da Atlantia e Bertin na AB Concessões e (iii) a venda da concessionária Rota das Bandeiras pelo fundo soberano Mubadala.
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A negociação mais avançada é a venda da participação da AG na CCR, avaliada em R$3,7 bilhões. No caso da AB Concessões, as negociações podem enfrentar mais dificuldade, porque apenas 1 das 3 concessões rodoviárias da companhia é considerada vantajosa. No caso da Rota das Bandeiras, a venda é justificada pela controladora como uma rotatividade planejada de ativos.
Leilões de concessões rodoviária atraem investimentos
A compra de rodovias que já estão em mão de grupos privados funciona como uma porta de entrada para companhias que desejam participar dos leilões do setor.
O histórico de atuação é um fator importante que demonstra a capacidade de uma companhia em gerir esse tipo de ativos (concessões rodoviárias). Entretanto, o que mais preocupa os governos nesses próximos leilões é a falta de investidores interessados. Por exemplo, na semana passada o governo federal cancelou o leilão da BR-381 por falta de participantes.
Outro fator que pode pesar no desinteresse dos investidores, é a alta dos juros e cenário inflacionário. No entanto, não é um fator determinante, uma vez que investimentos em concessões rodoviárias – e de infraestrutura no geral – são de longo prazo e as companhias estão cientes de que precisam estar preparadas para encarar dificuldades no meio do caminho, por exemplo, alta no custo do crédito.