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Petrobras vai distribuir R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas

Petrobras vai pagar dividendos aos acionistas em agosto e setembro, em aceno ao mercado após polêmica sobre o tema no início do governo

Dividendos da Petrobras

A distribuição surpreendeu positivamente o mercado financeiro e fez o preço das ações preferenciais da Petrobras subirem 3,7% | Foto: Getty Images

A Petrobras lucrou R$ 38,1 bilhões no primeiro trimestre. Influenciado pela queda de 7% do preço do petróleo no mercado internacional, o resultado divulgado ontem é 14,4% inferior ao de um ano atrás, quando a estatal começou a ser beneficiada pela disparada no preço do barril com a guerra da Ucrânia. Ontem, o conselho de administração da estatal aprovou a distribuição de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas.

A decisão pelo pagamento bilionário de dividendos foi tomada pela nova formação do colegiado da Petrobras, empossado no fim de abril e já com maioria indicada pelo governo Lula. A distribuição surpreendeu positivamente o mercado financeiro e fez o preço das ações preferenciais da Petrobras subirem 3,7%. O lucro líquido da Petrobras no trimestre ficou 18,3% acima do projetado pela média das projeções do Goldman Sachs, Bradesco BBI e corretora Ativa.

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Apesar da valorização no pregão, as ações da estatal tendem a seguir voláteis pelo menos até o início do segundo semestre. Isso porque o conselho de administração da companhia também determinou que a diretoria executiva revise a política de dividendos, para o que deu prazo até julho, antes portanto das deliberações sobre dividendos relativos ao segundo trimestre.

Segundo a regra atual, quando a dívida bruta é menor ou igual a US$ 65 bilhões, a Petrobras distribui 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos do trimestre.

Pagamento de dividendos da Petrobras será feito em agosto e setembro

O pagamento dos dividendos aos acionistas, a ser feito em iguais parcelas nos meses de agosto e setembro, contrariou a pressão política de alas do PT capitaneadas pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Parte do governo e o próprio presidente da companhia, Jean Paul Prates, deram seguidas declarações a favor da retenção de recursos para aumentar a capacidade de investimento da estatal. Por outro lado, o anúncio funciona como um aceno ao mercado financeiro, evitando desgastes da gestão Prates com investidores.

Além disso, a União ainda vai ficar com cerca de R$ 8,8 bilhões dos dividendos, por ser dona de 36,6% do capital da empresa, via Tesouro, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar. Em 2022, a União ficou com cerca de R$ 79 bilhões do total de R$ 215,7 bilhões distribuídos a acionistas relativos àquele exercício.

A receita de vendas da Petrobras no período caiu 1,8%, para R$ 139 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2022, e 12,3% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Já o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, teve queda de 6,7% contra o primeiro trimestre do ano passado e recuo de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2022, para R$ 72,5 bilhões.

Em carta divulgada aos investidores, o presidente da Petrobras ressalta que o pré-sal segue como foco principal da estatal. “Os resultados financeiros refletem o excelente desempenho operacional da companhia”, afirma Prates. “O pré-sal continua a ser o centro das nossas receitas e da geração de caixa, respondendo hoje por 77% da nossa produção total.” (AE)

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